Acerca desta notícia, gostava de dizer algo.
Há 4 anos em 2008, quando esta crise financeira do chamado subprime, nos começou a assolar, nós vimos um exercício de negação patético por parte do governo de então.
Dizia:
“Estamos a aguentarmo-nos.”
“Em princípio, esta crise não chegará cá.”
“Não estamos expostos a esta crise.”
E outras afirmações do género.
Como é por nós já sabido, a crise veio.
E violenta como não há memória, nos últimos 40 anos, pelo menos.
De imunes, passámos a caso 1 da epidemia.
O responsável por:
1- Termos agravado para lá do imaginável, as nossas contas públicas;
2- Por ter negado a gravidade do problema que aí vinha, para lá da razoabilidade;
3- Por consequentemente não ter agido correctamente na correcção do problema;
O responsável por isto, de nome Sócrates, anda por Paris a tirar o seu “primeiro” curso superior.
Por cá…
Ora por cá…
Que tivemos nós?
Ora nós sabemos desde 2008, que a bolha especulativa imobiliária, estourou.
E sabemos que por cá, para lá do turismo, vivíamos da construção.
Assim o que é que acham que iria acontecer com a construção em Portimão e consequentemente com o IMT?
É mesmo necessário fazer um desenho?
E há aqui uma questão que tem de ser dita e redita até à exaustão:
De 2006 para 2010 (ou seja, bem antes desta queda de receitas nos 2 primeiros meses de 2012) as dívidas a fornecedores aumentaram 1095%.
De 10 milhões para 92 milhões.
1095%.
E as receitas correntes eram de 42 milhões em 2006 e de 45 milhões em 2010.
Portanto, quebra de receitas, não houve nessa altura.
Mas aumento de dívidas, sim
Portanto o problema vem de trás.
Vem de uma altura em que apesar de já haver sinais fortes de recessão, por cá ignorou-se socráticamente, dizendo-se com bravata:
“Isto não é nada connosco.”
Mais.
Vimos eventos, gastos supérfluos e investimentos de rentabilidade muito duvidosa, como nunca.
Quando a crise se estava a instalar, nós vimos bom senso?
Não.
Vimos prudência?
Não.
Vimos racionalidade?
Não.
A crise veio violenta.
E assolou-nos a todos de norte a sul, com extrema ferocidade.
Mas… nuns sítios a crise é pior do que noutros.
E em Portimão, está a ser extremamente severa.
E era previsível.
JP
P.S. Em breve vamos presenciar uma tentativa de mudança na continuidade.
Do género, sai Salazar e entra Marcelo Caetano.
E esta tentativa de mudança na continuidade, terá uma versão masculina e uma versão feminina (esta última, alaranjadamente inclusiva).
Na minha opinião… ambas são más.
Mas má mesmo!
Pois, com o que se terá de fazer para endireitar as coisas, não vamos lá com tretas de mudanças na continuidade.
Sejam elas masculinas ou femininas.
(Perdoem-me este Post Scriptum seráfico.)