Páginas do Portimão Sempre

quinta-feira, 31 de março de 2011

1.ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de Portimão - Estivemos presentes e intervimos



No dia de ontem, dia 30 de Março, tivemos a 1.ª Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal da Câmara Municipal de Portimão.

Nesta sessão encontrava-se definido a seguinte ordem de trabalhos:
1. Período de intervenção dos cidadãos.
2. Período da ordem do dia:
a) Discussão e votação das alterações das alterações ao plano de saneamento financeiro conjuntural, nos termos nº 2 e 3 do artigo 40º da lei nº 2/2007 de 15 de Janeiro «finanças locais.
B) Discussão e votação da autorização para que a CMP possa introduzir alterações resultantes de imposições ou orientações transmitidas por parte do tribunal de contas.
C) Discussão e votação da aprovação e autorização de contracção autorização dos empréstimos bancário de médio e longo prazo no âmbito do plano de saneamento financeiro, no montante global de 94.450.000,00 €.
D) Discussão e votação do regulamento de publicidade e propaganda do município de Portimão.
E) Discussão e votação discussão do regulamento de tabelas de taxas e tarifas do município de Portimão.


Nós, Portimão Sempre, estivemos presentes, não só a observar e a ouvir, mas também a intervir.

Essa intervenção foi efectuada por um dos membros do Portimão Sempre, João Pires.

Para quem não esteve presente transcreveremos, de seguida, o conteúdo do texto que serviu de base à referida intervenção.

“Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Meus senhores e minhas senhoras,

O meu nome é João Pires.
Sou um cidadão anónimo.
Não tenho qualquer filiação partidária.
Sou apenas um eleitor.
E é nessa qualidade que venho hoje aqui falar.

E a razão porque o faço é o momento em que vivemos.
Tanto a nível nacional, como aqui a nível local.
Porque existe um paralelismo entre estas duas realidades.

Vivemos tempos conturbados.
Vivemos tempos de pré-tumulto.

Há coisas que são responsabilidade do comum dos cidadãos.
No, entanto há coisas pelas quais, o comum dos cidadãos não é responsável.

A governação da coisa pública é uma delas.
E é nesta questão que me vou focar nesta minha intervenção.

Hoje, vai ser aqui discutido mais uma vez, o plano de saneamento financeiro.
Plano esse que servirá para equilibrar, defende este executivo camarário, a situação financeira da autarquia.

Meus senhores e minhas senhoras,

Desejo dizer-vos o seguinte:
Entendo perfeitamente que este plano é inevitável e até necessário, porque sei que a situação vivida não deixa outra escolha.

Mas compreendo também que este plano, é significado do vosso falhanço na gestão desta autarquia.

Este plano, que na prática é uma espécie de intervenção do FMI à escala local, visa solucionar um problema que foi causado por vós.

Anos de descontrolo financeiro e de desequilíbrios estruturais endémicos fragilizaram a autarquia.
Tal e qual como a nível nacional, no caso dos crónicos défices orçamentais que resultaram na dívida externa imensa que temos.
E que acabam por nos por à beira de uma intervenção externa.
A vossa gestão trouxe-nos aqui.
A um passivo de 254 milhões de €.
Como somos perto de 50.454 munícipes, corresponde a sensivelmente 5000€ por cada um de nós.
5000€ de dívida por cada um de nós!

Chegámos aqui.

Mas há uma coisa que gostaria de vos perguntar?
Estes recursos financeiros que foram gastos (para lá da razoabilidade), que resultados obtiveram?

Refiro-me a resultados verdadeiramente importantes para a população.
Não estou a falar de museus ou de teatros.
Porque isso, qualquer autarca faz.
São, apenas activos tangíveis.

O importante neste momento para as populações, são os intangíveis:

Temos por exemplo um desemprego abaixo da média nacional?
NÃO!
O município de Portimão (e reforço o município de Portimão, não a zona deste centro de emprego) apresenta um desemprego de 19,6%!
20%!!

É o quinto município com maior desemprego a nível nacional!
Havendo 308 municípios em Portugal, existem 303 cuja performance das suas equipas executivas é melhor do que a vossa, neste aspecto!

Isto significa que na prática, cada um de nós tem alguém de muito próximo, senão nós próprios, no desemprego.

Do ponto de vista económico, temos o comércio na falência.
A indústria é inexistente.
O turismo que temos, é orientado para a fraca qualidade.
Consequentemente gera pouco valor.

Em suma, não temos um modelo de desenvolvimento económico que crie oportunidades para os empreendedores, e emprego para as pessoas.

A meu ver, e ainda acerca dos resultados, só existem para mim duas alternativas:
Ou investimos e obtemos resultados;
Ou não obtemos resultados, mas também não investimos.

Os senhores conseguiram gastar e não obter resultados.


Meus senhores… É preciso ter talento!!

Já foi aqui referido que a grande responsável por este estado a que chegámos, é a crise económico-financeira que se abateu sobre nós.
Esta afirmação tem o seu fundo de verdade.
Mas não explica tudo.

É que esta crise atingiu a Europa inteira.
Mas Portugal sofre muito mais do que por exemplo, a Holanda ou a Dinamarca.

Por cá atingiu todos os 308 municípios do país.
Mas, Portimão sofre muito mais do que outros.

E a questão aqui é:
O que é que foi feito para tornar Portimão, robusta contra estes cataclismos?
Ou melhor:
O que é que não foi feito?

É que os senhores tiveram tempo para fazer.

Eu nem vou pelos 36 anos de consulado socialista aqui em Portimão.
Bastam os últimos 11 anos.

Nestes últimos 11 anos, houve tempo para por em prática uma verdadeira estratégia de desenvolvimento.
Uma que fosse assente no concreto e real e não apenas no aparente.

A nossa Vox Populi ou a nossa voz da rua, costuma dizer que o trabalho realizado pelo anterior Presidente da câmara foi real.
Que foi e é real!
Acerca do presente trabalho realizado pelos senhores, é dito que é apenas aparente.
É apenas para aparecer no mapa.
Para parecer bem.

Isto é dito.
É dito que este executivo é uma sombra do que foi presidido pelo anterior Presidente.
É dito, que nessa altura se sentiu diferença na cidade.
É dito que o desenvolvimento foi real!
Concordem ou não, isto é dito.
É voz corrente.

E mesmo que os senhores discordem, pergunto-vos:
A vossa estratégia “de por Portimão no mapa” resultou?
Resultou em desenvolvimento sentido pelas populações?

Temos um desemprego abaixo da média?
Temos um comércio forte?
Temos indústria?
E o turismo, é de qualidade superior? Gera resultados superiores?

Em suma, os resultados são bons?

NÃO!
SÃO ZERO!


Meus senhores, este é o vosso legado:
Desemprego;
Falência;
Inexistência de desenvolvimento;

Este é o vosso legado!
Esta é a vossa obra!

Desejo ainda dizer o seguinte:
Apesar disto, os senhores estão aí.
E estão porque conseguiram vencer as eleições.
E isso aconteceu, não devido inteiramente ao vosso mérito, mas devido ao vosso demérito (oposição) [focar na oposição].

Aqueles senhores (bancada do PS) estão ali, porque os senhores (oposição) também falharam.
Falharam não só em expor as falhas e fragilidades da sua governação, mas sobretudo e mais importante, porque:
Falharam em assumir-se como alternativa credível aos nossos olhos de eleitores!

A responsabilidade também é vossa.
É já tempo de se redimirem.

Nós, cidadãos, também devemos assumir a nossa responsabilidade.
A nossa ausência e alheamento contribuíram em muito, para que chegássemos a este estado de coisas.

É também tempo de nos redimirmos.

Em conclusão, apenas digo que:
Essa redenção virá pela vigilância e pela acção!

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal:
Para finalizar esta minha intervenção, desejo apenas desculpar-me por este meu tom.
Porém, este tom é o tom do vulgar e anónimo cidadão que tenta viver nesta cidade com dignidade.


Agradeço a vossa atenção.

Disse.”

Esta intervenção replete a nossa preocupação que, de certeza, é comum a muitos do munícipes desta urbe.


De referir que esta Sessão Extraordinária irá continuar numa 2.ª reunião que se irá realizar no próximo dia 4 de Abril (segunda-feira).

Nesta 2.ª reunião estará em discussão e votação o regulamento de publicidade e propaganda do município de Portimão e o regulamento de tabelas de taxas e tarifas do município de Portimão.

Estes regulamentos se forem aprovados irão, certamente, penalizar muitos de nós.

Por isso é importante que mais uma vez estejamos presentes e atentos ao que ai se irá passar.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ajuda para a pequena Maria




A guarda da GNR Sónia Costa,
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001005112958

Enviou-nos a seguinte mensagem:
“Então amigo posso contar contigo para dador para a próxima campanha de dadores de medula?Se estiveres interessado diz-me alguma coisa pois temos que agir rápido antes que a Maria desista de lutar.
Eu sei que sou chata mas cada dia que passa pode ser o último da menina e dos outros meninos que estão lá a morrer à nossa espera.
Se quiseres ajudar diz e por favor fala com os teus amigos e convence-os a ajudar, hoje são estas crianças amanhã quem sabe somos nós,ninguém está imune.
Alguma dúvida liga-me 969524821 e sou moche. Pensa e diz qualquer coisa por favor, novamente por favor. “

Esta iniciativa foi noticiada pelo jornal Correio da Manha, transcrita abaixo:

Quartel solidário aberto a dadores

Maria Sousa, de 9 anos, não pôde estar presente. Está internada no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, com uma leucemia linfoblástica aguda. Mas foi por ela que largas dezenas de pessoas se deslocaram ontem ao quartel da GNR em Portimão, para dar sangue como candidatos a dadores de medula óssea. Uma iniciativa da soldado Sónia Costa, para ajudar todas as crianças que precisem de transplante.

A pequena Maria, que também é diabética insulinodependente, foi o rosto da campanha, até com página no Facebook, intitulada ‘Ajudem a Maria Transplante de Medula’. Mas a ideia solidária de Sónia, de 33 anos, partiu do caso de Ana Filipa Bessa, de 5 anos, filha de um GNR de Monchique, a quem foi diagnosticada uma leucemia, em Dezembro, ao mesmo tempo que Maria. As duas eram colegas de quarto no IPO e "tornaram-se grandes amigas", disse ao CM o pai, Pedro Bessa.

Ana Filipa ainda está a fazer quimioterapia, mas esteve ontem presente na acção de colheita. Sónia começou a fazer a lista de candidatos a dadores pensando em Ana Filipa, mas depois deu à campanha o rosto de Maria. "Mas a colheita é para todos", sublinhou Sónia, acrescentando que "a campanha é para continuar".

O Centro de Histocompatibilidade do Sul só envia equipas para colheitas externas com um mínimo de 150 voluntários inscritos. Sónia conseguiu quase trezentos e 267 compareceram na recolha. Trinta foram recusados por razões médicas, tendo sido feitas 237 colheitas. As que forem boas irão ser incluídas no Registo Português de Dadores de Medula Óssea.
Fonte: Correio da Manhã
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/saude/quartel-solidario-aberto-a-dadores

Ainda há a possibilidade de se poder fazer os testes de compatibilidade.
A Guarda Sónia Costa deixou o seu contacto.
Mais uma vez, quem puder, por favor que ajude.

Para a Guarda Sónia Costa, apenas queremos dizer o seguinte:
Esta é uma forma formidável de concretizar o lema:
"Pela Lei e pela Grei".

terça-feira, 22 de março de 2011

O governo cai amanhã


PSD força queda do governo ao apresentar projecto de resolução

Líder parlamentar do PSD explicou as razões da resolução contra o PEC hoje entregue na Assembleia da República
A palavra "censura" não foi pronunciada, mas o PSD não esconde que ao apresentar um projecto de resolução contra o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) só há um resultado prático: a queda do governo.

Os sociais-democratas vão apresentar o projecto e defendem que o caminho a seguir são as eleições: "Este projecto destina-se a enunciar politicamente a nossa apreciação e a nossa apreciação é negativa. As consequências que daí podem advir foram tiradas pelo primeiro-ministro há dias", disse ontem o líder da bancada parlamentar do PSD, Miguel Macedo quando questionado se o projecto do PSD serve para derrubar o governo.
No entender do mesmo, "é por uma questão de interesse nacional que o PSD vai votar contra as alterações ao PEC", explicou hoje aos jornalistas o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo.

O social-democrata dividiu a questão em dois aspectos: "o interesse nacional e a mera sobrevivência política do governo". E, segundo afirmou, para o PSD o primeiro aspecto sobrepõe-se ao segundo. Miguel Macedo diz que só uma clarificação política cabal é que pode servir o interesse nacional, neste preciso momento político. Ou seja, "só um governo de maioria poderá repor a credibilidade nacional, depois de este governo ter negociado as alterações ao PEc sem dar contas ao parlamento e ao presidente da República". E explicou que "esta resolução do PSD destina-se a enunciar formalmente a nossa objecção ao novo PEC".

Quanto à questão da sobrevivência do actual governo, Macedo fez notar que "as várias declarações de membros do executivo são evidentes sinais de desespero". E concluiu dizendo que, "em Democracia não se pode ter medo de ouvir o povo".

Recorde-se que, o O PEC vai ser discutido esta quarta-feira e os quatro projectos de resolução, do PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda vão ser votados.

Depois de na segunda-feira o presidente do PSD ter admitido pela primeira vez que vai haver eleições, ontem, Miguel Macedo não deixa margem para dúvidas de que para os sociais-democratas o governo não passa de hoje: "Só tem medo da vontade do poder quem está agarrado ao poder." O que está em causa é o "interesse nacional" e não "a sobrevivência do governo".

O projecto do PSD só vai ser entregue no Parlamento durante a manhã . Primeiro foi o PCP e depois o Bloco de Esquerda que apresentaram nos textos políticas alternativas.

O projecto do PCP, o primeiro a dar entrada. logo o primeiro a ser votado, retirou à partida a possibilidade de ser aprovado pelas bancadas da direita parlamentar. No documento é defendida uma "política patriótica de esquerda" e é dito que "não há grande diferenças entre PS, PSD e CDS". Duas ideias que deitam por terra a possibilidade de aprovação por parte tanto do PSD como do CDS. Para que um projecto seja aprovado basta que os dois partidos da esquerda se abstenham e o PSD e CDS votem a favor. O que pode acontecer tanto com o documento dos sociais-democratas como dos centristas.
Já o projecto do Bloco de Esquerda, num texto mais resumido, apenas contém uma medida com a qual a direita não concorda: o fim das privatizações.

domingo, 20 de março de 2011

Milhares protestam contra mais uma Injustiça


A Injustiça, a Indignação e a Revolta
"Milhares de pessoas participaram, sábado, na marcha lenta "Algarve Livre sem Portagens", entre Vila Real de Santo António e Lagos, numa acção de protesto contra a introdução de portagens na Via do Infante, a A22.

O protesto, convocado pelo "Movimento Algarve - Portagens na A22 Não" e pela Comissão de Utentes da Via do Infante, teve início cerca das 16:00 horas, com concentrações em quatro localidades algarvias, decorrendo ao longo de duas horas e meia nos dois sentidos da Via do Infante, culminando no Parque das Cidades, em Faro.

Segundo organizadores, o protesto "superou as expectativas, tendo ficado demonstrado a insatisfação da população à introdução de portagens naquela importante via rodoviária".

A caravana automóvel atingiu vários quilómetros, tendo sido acompanhada de perto por várias patrulhas da Guarda Nacional Republicana (GNR), que impediram a paragem dos automobilistas na via, junto ao nó de acesso da autoestrada do Sul (A2) tal como a organização tinha planeado.


João Vasconcelos, da Comissão de Utentes, destacou "a grande participação popular e anunciou novas acções de luta" para as próximas semanas.

"A indignação foi transformada em revolta e demonstra que os algarvios não vão ficar sossegados, porque portajar a Via do Infante não é solução, e vai agravar a crise económica", observou.

"As pessoas tiveram coragem e determinação e demonstraram o descontentamento pela atitude do Governo ao introduzir portagens numa via sem alternativas e essencial ao Algarve", destacou João Vasconcelos.


Aquele elemento da Comissão de Utentes da Via do Infante anunciou que está marcado "um novo protesto popular para o dia 8 de Abril, junto à Ponte Internacional do Guadiana".

Ao protesto popular e à caravana automóvel juntaram-se os presidentes da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e da Câmara de Portimão, bem como a deputada do Bloco de Esquerda, eleita pelo círculo do Algarve, Cecília Honório.

Macário Correia (PSD) justificou a sua presença no protesto para denunciar "a forma desonesta" como o Governo tem tratado o processo.

"Temos de manifestar a nossa revolta, porque é uma atitude injusta e deselegante. No dia em que estávamos a ser ouvidos sobre a colocação dos pórticos, já eles estavam a ser colocados", disse Macário Correia.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Portimão considerou que a introdução de portagens "é uma decisão desastrosa para a região e, infelizmente, irreversível".

Manuel da Luz acrescentou que o Algarve "foi enganado, porque foi confrontado com uma imposição quando se tentava encontrar um ponto de consenso, menos penalizador para todos", e lamenta que "o Algarve seja constantemente enganado por Lisboa".

A deputada do Bloco de Esquerda, Cecília Honório, eleita pelo círculo de Faro, considerou "um protesto justo e muito expressivo, numa região fortemente marcada" pela crise económica.
"Quis marcar presença e demonstrar a minha solidariedade contra a introdução das portagens na Via do Infante", disse Cecília Honório". - Jornal de Notícias (19/03/2011)


As Consequências 
"Um trajecto de 300 quilómetros na Via Infante (A22), no Algarve, vai custar mais do dobro do que o mesmo percurso numa autoestrada da Andaluzia após a introdução de portagens, estimou sábado um investigador da Universidade do Algarve.

Fernando Perna falava no fórum "Portagens no Algarve -- Impacto Económico e Social", uma iniciativa da Plataforma de Luta Contra as Portagens na Via Infante que reuniu cerca de 150 participantes, entre autarcas, empresários, deputados e cidadãos.

Segundo um cenário apresentado pelo docente da área do Turismo, um percurso de 300 quilómetros na A22 -- incluindo combustível e portagens -, custará 51,18 euros, mais do dobro dos 23 euros de gasto estimado para o mesmo percurso na Andaluzia.

Fernando Perna alerta ainda que as portagens vão provocar um aumento da carga fiscal sobre o turismo, sobretudo nas visitas dos excursionistas da Andaluzia, que são aqueles que ficam na região apenas um dia sem dormida em alojamento.


De acordo com a estimativa daquele docente, para uma viagem de 300 quilómetros na A22 já com portagens a carga fiscal passará a representar 79,6 por cento do preço final contra os actuais 61,6%

Dados recentes apresentados pelo investigador indicam que mais de 80 por cento das entradas de espanhóis no Algarve se referem a excursionistas, num universo de cerca de um milhão de entradas de espanhóis na região por ano.

A criação de uma oferta integrada de transportes públicos no Algarve e de uma linha de autocarro guiado foram algumas das soluções apresentadas por outros especialistas para uma melhor organização da mobilidade na região.

De acordo com outro docente da Universidade do Algarve, Manuel Tão, a introdução de portagens é um sintoma que revela o "cansaço" do modelo de mobilidade praticado na região nos últimos 20 anos.

O especialista diz que a "Rua Nacional 125" não é uma alternativa à A22. E defende uma moratória à introdução de portagens na região, medida que, diz, vai "penalizar duplamente" -- externa e internamente -, o Algarve

O engenheiro João Reis Simões defende, por seu turno, que seja estudada a hipótese de introdução de um autocarro guiado, que circularia em via própria, e que apresenta mais vantagens do que o comboio.

De acordo com aquele responsável, os comboios no Algarve transportam apenas 4 mil passageiros por dia e um metro ligeiro, para ser rentável, teria que transportar 15 mil por hora e por cada sentido de rota". - Jornal de Notícias - (19/02/2011)


Os Culpados
O vice-presidente do PSD Marco António Costa afirmou hoje, no Porto, que todas as autoestradas portuguesas vão ter portagens caso o partido vá para o governo. Cobranças devem iniciar-se a 15 de Abril entre elas a da Via do Infante no Algarve.

“Vai-se manter a situação que existe hoje acordada com o Partido Socialista”, afirmou Marco António, em conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre se todas as autoestradas vão ter portagens se o PSD for para o governo.

O dirigente social-democrata convocou a conferência de imprensa para voltar a acusar o primeiro-ministro, José Sócrates, de “sacudir a água do capote” ao imputar ao PSD a cobrança de portagens das SCUT do interior.

Recorde-se que está previsto estender a cobrança de portagens às autoestradas do interior centro e Algarve (A22) a partir do dia 15 de Abril. - Observatório do Algarve (06/03/2011)


Reflexão 
Devemos estar conscientes do poder que nós (povo) temos para que não continuemos a ser uns meros fantoches de alguns políticos
Isto talvez ajude.

"Foram mais as pessoas em protesto (no dia 12 de Março) em Lisboa e no Porto do que os votos obtidos pelos partidos nas legislativas de 2009 nos dois concelhos. Os votos em Costa e Rio também não superaram a quantidade de manifestantes. Afinal, para que servem 300 mil na rua?

Se a participação no protesto de sábado se traduzisse em votos, algo poderia mudar no panorama político. Estarão as várias gerações conscientes desse poder?

Se todas as pessoas que participaram nas manifestações de sábado em Lisboa e no Porto tivessem votado num só partido, essa força partidária conseguiria maioria absoluta nestes concelhos nas legislativas de 2009. E, apesar de os dados serem apenas relativos aos concelhos e não aos círculos eleitorais, a verdade é que é possível retirar algumas consequências. Num cenário em que uma das principais conclusões foi a união entre as gerações, torna-se necessário pensar sobre o que pode acontecer se esta acção de rua tiver frutos políticos. 

Nas legislativas de 2009, na cidade de Lisboa, o 
PS conquistou 112.076 votos e o PSD 93.125, respectivamente, 35% e 29% dos 322.192 votantes. Os 200.000 manifestantes que marcharam na avenida da Liberdade representariam 62%. A perspectiva no Porto é semelhante. O PS conseguiu 53.813 e o PSD reuniu 46.012 dos votos numa eleição em que o concelho contou com 148.939 votantes. Os 36% e 31% dos votos que as forças partidárias alcançaram são inferiores aos 54% dos que teriam sido conseguidos pelos manifestantes. 

Em relação às autárquicas, os resultados são semelhantes. Houve mais manifestantes na avenida do que aqueles que votaram em 
António Costa em 2009. 123.467 pessoas elegeram-no para presidente da Câmara de Lisboa, muito abaixo dos 200.000 que deverão ter desfilado no sábado. Já no Porto, Rui Rio conseguiu 62.183 votos, número inferior aos 80.000 manifestantes. 
                                                                                  



















O exercício é apenas demonstrativo (quanto mais não seja porque participaram crianças, e elas não votam) mas, ainda assim, sugere que o protesto pode ter força política. Mesmo com o facto de o movimento se ter assumido como independente de qualquer actividade "de cariz partidário, político ou ideológico"." - Jornal de Negócios (18/03/2011)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Manifestação da Geração à Rasca em Faro




“Basta, basta, basta!”, “Estamos à rasca”, “O povo unido jamais será vencido!”, “Portugal, Portugal, Portugal!”. “Mudança, Mudança” e “A Luta continua Sócrates para a rua”.

Estas foram algumas das palavras de ordem gritadas durante a manifestação da «Geração à Rasca», este sábado à tarde, em Faro, que contou com “mais de seis mil participantes”, de acordo com dados revelados ao barlavento.online por um responsável pelo Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Muitos dos jovens presentes são estudantes universitários e do ensino secundário. Não se viram figuras mediáticas.

Mas, no meio da multidão, havia, por exemplo, elementos de Faro do Bloco de Esquerda.

Entre cartazes e papéis empunhados sobretudo por jovens, podia ler-se “Portugal não é do PS nem do PSD”, “A Luta está marafada”, “Não lutamos por poder mas para sobreviver, devolvam-nos o futuro” e “Precários, não”, “Abaixo os recibos verdes”, “Não ao desemprego”, “Não queremos ser obrigados a emigrar”, “A quem nos vamos queixar? Quem nos acode?” e “Uivemos disse o cão” – Saramago”, entre outras frases de protesto.

Pelo meio, cantava-se «O que faz falta é avisar a malta» e o hino nacional. Com tambores à mistura, bandeiras portuguesas, os participantes na manifestação partiram, pelas 16h15 horas, do Largo de São Francisco, na capital algarvia, após alguns deles terem usado da palavra, e passaram junto ao Instituto da Juventude, Escola Secundária Tomás Cabreira e Avenida 5 de Outubro - onde junto à Repartição de Finanças lançaram apupos e assobios - regressando ao local da concentração, por volta das 17 horas.

Ali, no Largo de São Francisco, já se viam alguns jovens com garrafas de cerveja na mão em ambiente festivo, tal como quando, ao som da música, alguns não resistiam a dançar junto a um lago, onde se ouviram várias intervenções.

Curiosamente, uma criança às cavalitas de um familiar e um idoso, de 82 anos, participaram neste desfile, o qual acabou por desviar o trânsito, sob orientação de agentes da PSP, nas várias artérias da cidade de Faro por onde passou.

“Sou um jovem de 82 anos e já passei por esta desigualdade. No tempo da Segunda Guerra Mundial passei fome. Estou velho e cansado, já pouco posso fazer, mas ficava muito animado de ver estes a jovens a não sofrer”, disse Manuel Barros, de 82 anos, dirigindo-se aos manifestantes.

Tem dois filhos, um deles desempregado, e apesar da “minha pouca reforma”, ainda tem de os ajudar.

Um outro orador lembrou terem-lhe chamado “geração rasca”. “Hoje, estou à rasca. E estou à rasca porque aqueles lá em cima andam há anos a desenrascar-se. E continuam a desenrascar-se O problema está aí”, lamentou.

Em seguida, foi André Pereira, de 26 anos, residente em Portimão, que contou a sua experiência: “estive durante quatro anos a tirar um curso. Estou neste momento a continuar a estudar à custa dos meus pais, o que é uma vergonha com 26 anos. E eu quero que isto mude. Estou farto de pedir dinheiro aos meus pais”.

Já para o ator Mário Spencer, “chegou a altura do render da guarda”. “Os que estão a vigiar-nos há muito tempo já não prestam. Não nos identificamos com eles. Falam uma linguagem que não percebemos. Temos outra visão das coisas”.

Por seu turno, uma jovem, desempregada e com uma filha, queixou-se do facto de a Segurança Social se preparar para lhe “hipotecar bens” por não ter pago a tempo prestações.

“Só me falta tirarem a roupa do corpo”, ironizou. E ainda protestou contra o aumento de juros das propinas na Universidade do Algarve, de “um para seis por cento por mês”.

Depois do desfile em Faro, um dos organizadores da iniciativa, dirigindo-se às pessoas e congratulando-se com o facto de serem “neste momento seis mil cidadãos” (os manifestantes interromperem, de imediato, com aplausos, e gritando “o povo unido jamais será vencido”), foi taxativo ao afirmar: “é com exemplos destes que o povo português, afinal, ainda tem fé, ainda é capaz de tirar o cu do sofá e ir para a luta. Acordámos das mesmas políticas, das mesmas mentiras que há trinta anos nos vendem”.

Os manifestantes da «Geração à Rasca» prometem, agora, ir para a estrada, no próximo dia 19, a fim de protestar contra a introdução de portagens na A22/Via do Infante.

12 de Março de 2011 22:38
josé manuel oliveira

quarta-feira, 16 de março de 2011

Protesto contra as portagens na via do Infante. Sabado dia 19 às 15:00h.



Vamos todos ajudar a divulgar ao máximo, pois falta 3 dias para o Protesto, quanto mais pessoas participarem melhor, só assim vamos ter peso para a nossa voz se ouvir em Lisboa.

Local:

Parque de Feiras de Portimão
Parque das Cidades Loulé/Faro
vale Paraíso Albufeira
O lnfante En 125 - Altura
Hora: Sábado, 19 de Março de 2011 15:00


Fonte: Algarve - Portagens na A22 NÃO


Meus amigos,

Mais do que o que nos divide, o que é mais importante é o que nos une.
E esta causa é consensual, pensamos nós.
Estamos unidos nisto.
Por isso no Sábado dia 19, vamos estar todos presentes para lutarmos pelo que é justo.

Porque o que é justo, é justo.

Um abraço.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração à rasca, participação cívica e Portimão Sempre.


Hoje vamos falar de participação cívica.
Ou seja, da participação dos cidadãos.

O que aconteceu no protesto da “geração à rasca” foi muito significativo.

Um protesto livre e sincero por parte do cidadão comum.
Sem intermediários que alterassem, condicionassem ou regulassem a generosidade da mensagem do cidadão comum.
Sem facilitadores de compreensão.
Sem enquadramento.
Verdadeiramente em bruto.
Verdadeiramente apartidário.

Impressionante pela alegria, pelo sentimento fraterno e pela determinação dos participantes.

Impressionante pela tolerância e pela inclusão.

Esteve presente a irreverência junto com o respeito.
Esteve presente a rebeldia junto com o civismo.
Esteve presente o protesto contra o sistema junto com o amor à Pátria.

Nós estivemos lá.

E queremos aqui dizer algo mais:

Acerca do que fazemos aqui neste Portimão Sempre, queremos dizer que fazemos o que fazemos, com uma irreverência respeitosa. Fazemos o que fazemos, com uma rebeldia cívica. Protestamos contra o sistema, com muito amor à nossa terra, que é Portimão.

E isto é feito com muito amor à Pátria.

Já por diversas vezes nos foi dito por pessoas, que se assumem como próximas de várias forças partidárias, que a nossa acção não é consequente.
Que não basta escrever em blogs.
Que deveríamos de ter a coragem de nos juntarmos a este ou aquele partido.

Nós, pelo nosso lado, apenas dizemos que os partidos políticos são (ou deveriam de ser) dignos de respeito.
Dizemos que quem participa neles, quando o faz por motivos puros, é digno de respeito.
E até de admiração.

Porém, a participação cívica não se esgota nos partidos políticos.
Existem outras vias.
E sábado dia 12 de Março foi um pequeno exemplo disso.

Dito isto, queremos dizer que nós, não nos limitamos a escrever.
Existem outras coisas que estamos a iniciar a fazer.

E queremos aqui partilhar convosco que, já não somos apenas duas pessoas por trás desta iniciativa que é o Portimão Sempre.
Existem mais.
E a aumentar.

Quando publicamos algo com o titulo: “Agora convosco”: fica patente que o Portimão Sempre não é apenas obra de dois elementos isolados.

Existem já outras pessoas.

Existem pessoas com diversas sensibilidades ideológicas.
Existem pessoas que nunca foram filiados em partidos políticos.
Existem pessoas que o foram, mas que estão desiludidas com os seus partidos.
Existem pessoas de diferentes gerações.
Existem pessoas com diferentes profissões e experiências profissionais.
Existem pessoas com larga experiência de vida e existem pessoas com relevante currículo académico.
Existem pessoas com uma larga vida de trabalho e existem pessoas no começo da sua vida de trabalho.
Existem pessoas…

E estas pessoas têm algo em comum:
Um amor enorme por Portimão.
E uma vontade férrea em contribuir para que Portimão cumpra o seu destino.

É isto que nos une.

A todos os que sentem como nós, apenas dizemos, tal como na música:

Quem vier por bem, que traga um amigo também.


Um abraço