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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Existe um tesouro no Algarve por explorar


Fundo do mar tem muitas riquezas por explorar

Gás natural, cobre, níquel, cobalto, ouro, prata e metano: estes são os tesouros energéticos de Portugal. A Plataforma Continental marítima portuguesa esconde um tesouro à espera de ser mapeado, com depósitos desses materiais, segundo o presidente da Partex.

António Costa Silva acredita ainda que off-shore do Algarve é rico em gás natural e que os dois blocos que foram descobertos na zona podem assegurar as necessidades do país «entre 12 a 15 anos»




«Há uma tendência geológica, que vem do sul da Espanha, do Golfo de Cádiz, e que vai para o off-shore do Algarve, onde há alguns blocos que poderão ter algum potencial e, se existir gás aí, o potencial pode chegar a 20 vezes aquele que havia no sul de Espanha, no campo de Poseidon, que foi explorado pela Repsol», disse, em entrevista à Agência Lusa.

A petrolífera espanhola «ganhou o concurso para este dois blocos no sul do Algarve», a sudoeste do Cabo de São Vicente. Este responsável não compreende que o contrato de exploração ainda não tenha sido assinado, «por manifesta inércia das autoridades ou por alguma preocupação da indústria do turismo do Algarve».

O presidente da Partex avança com a pressão do lobby do turismo para explicar o atraso no projecto, garantindo não existirem razões para preocupações de âmbito ambiental.

«Essas preocupações são aceitáveis, mas elas não colhem. Não há marés negras com o desenvolvimento de projectos de gás porque ele evapora quando chega à superfície. Além disso, na Espanha houve esse desenvolvimento, numa das costas mais turísticas da Espanha, e não houve problema nenhum».

O presidente do Turismo do Algarve rejeita a acusação do presidente da Partex. Nuno Aires afirmou que não conhece, nem considera que haja algum lobby do Turismo que vá no sentido de travar a exploração de gás natural no Algarve.



«A única coisa que temos chamado a atenção, e continuaremos a chamar, é para o facto de que o Algarve é o principal destino turístico do país e tem uma elevada contribuição para o Produto Interno Bruto».

O valor, localização e quantidade daqueles sete tesouros estão por quantificar, mas o empenho do Governo na expansão da Plataforma Continental, que provavelmente em 2018 duplicará a área do país para quatro milhões de quilómetros quadrados, comprova o interesse nestas novas fronteiras.
Portugal pode mesmo ter um tesouro no fundo do mar e tudo aponta para que uma das jóias da coroa venha a ser a exploração dos hidratos de metano, o combustível fóssil.

No mar, o metano forma-se a partir da decomposição da matéria orgânica depositada no fundo marítimo, ficando «aprisionado» nas moléculas de água que existem sob a forma de gelo a partir dos 100 metros de profundidade devido à acção das baixas temperaturas e da enorme pressão.

António Costa Silva não duvida: «Se for bem utilizada, pode ser uma fonte extraordinária de energia para o planeta. Os cálculos hoje apontam para que, só com o metano, o planeta tem energia nos próximos 350 anos. Portanto, é um desmentido em relação a todas as teorias catastrofistas relativamente aos recursos energéticos». Tem «um conteúdo energético que é o dobro do que reside nos combustíveis fósseis». 

O responsável da Partex garante que o país possui vastos recursos marítimos: «A sul dos Açores temos a maior mancha de sulfuretos polimetálicos do mundo, temos a norte dos Açores crostas de níquel e cobalto» e, no off-shore do Algarve, «inúmeros vulcões de lama que estão associados a hidratos de metano».

O consultor do Presidente da República para os assuntos do mar, Tiago Pitta e Cunha, alinha entre os que defendem a exploração dos recursos marítimos e avisa: «Se Portugal não o fizer, outros vão encarregar-se de fazer isso por nós e acabaremos por dar a terceiros a exploração de matérias-primas que são nossas por direito». - Agência Financeira


Será que é boa política continuar a importar matérias-primas que já existem no nosso território nacional?




Será que não é possível conciliar "a exploração de matérias-primas que são nossas por direito" e o Turismo no Algarve?


Ou haverá mesmo o tal lobby do turismo?

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