Páginas do Portimão Sempre

domingo, 8 de agosto de 2010

4ª sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Portimão

No rescaldo da última sessão da assembleia municipal de Portimão, chega-se à conclusão que existe uma certa dificuldade em ir ao cerne da questão.
Existe a tendência para uma certa dispersão.

A questão fulcral era o plano de saneamento.
Apenas três perguntas:
1. O porquê da necessidade de um plano de saneamento?
2. Quem pôs as finanças da autarquia neste estado?
3. Onde está a mais valia para a população, correspondente aos recursos gastos?

À excepção do bloco de esquerda e do CDS, que fizeram as suas intervenções sempre à volta destas questões, (bem com do deputado Carlos Bicheiro do PSD), o que é certo é que a discussão, tendeu para divergir muito para questões de pormenor.

O PSD (à excepção do já referido deputado Carlos Bicheiro) distraiu-se com a anulação da sessão, com os tempos de intervenção, com a pertinência ou não do uso da palavra por parte dos autores do plano, etc.

Mal ou bem, esta é a maior força de oposição.
Mal ou bem, cabe-lhe o papel de convencer o eleitorado, de que é uma alternativa credível.
É notório que os problemas financeiros (e não só) da câmara, são bem anteriores às últimas eleições.
E o que é facto, é que eles falharam rotundamente em demonstrá-lo ao eleitorado bem como, de que têm um projecto de desenvolvimento alternativo para a cidade.
Tiveram a maior derrota de sempre…

Pelo que se observou, na reunião extraordinária da AMP, não souberam ter um discurso coordenado, focado e assertivo.

Explica-se, em parte desta forma, o porquê das vitórias do PS.

Não têm opositores a sério.

Porque um opositor a sério (com a dimensão e a responsabilidade do PSD) teria perguntado sistematicamente:

1. Como é que se chegou a esta situação financeira catastrófica?
2. Quem foram os responsáveis?
3. Onde está o desenvolvimento para a população decorrente destes gastos? (mais emprego, mais actividade económica – este é o município com mais desemprego e com mais falências do Algarve).

No que diz respeito ao executivo e à bancada do PS:
Tem que lhes ser dito que, planos de desenvolvimento de 150 milhões de €, como o que foi feito pelo actual executivo (Tempo, Arena, museu, mercado, eventos, etc.), só são interessantes se, e só se, houverem reais benefícios para as necessidades mais prementes da população.

Se não houver, são estéreis. Vazios. Reveladores de ineficiência e de ineficácia.
Para que servem, se não conseguem gerar mais actividade económica, de forma a que se incentive a criação de emprego e de desenvolvimento?

Uma última nota: O problema financeiro é estrutural e não conjuntural.
Desequilíbrios de estrutura e resultados operacionais cronicamente deficitários (como é o caso e há muito tempo) definem um problema estrutural.
Ponto final.

Porém, lá no plano de saneamento, se aparecesse estrutural, dava mau aspecto.
E obrigava à intervenção do governo central, que uma definição conjuntural não obriga.
E isto, ainda dava mais mau aspecto.


2 comentários:

  1. Também estive presente na referida sessão extraordinária da CMP e por aquilo que ouvi apercebi-me que não existe neste momento uma alternativa válida ao actual executivo camarário.

    Pois, pelo que foi falado pela própria oposição, os problemas de ordem financeira da CMP já se vêm a arrastar desde há alguns anos atrás.

    No entanto tal nunca foi, devidamente, demonstrado aos portimonenses, principalmente antes das últimas eleições. Assim como nunca foram indicadas soluções para o referido problema.

    Ou a oposição não teve capacidade para demonstrar a existência desses problemas, ou então, sentiu algum desconforto em abordar esses assuntos porque nunca tiveram uma solução para resolver os mesmos.

    É importante, haver a referida alternativa válida caso contrário o próprio executivo pode ter a tendência de se sentir demasiado “à vontade” para cometer determinados erros que nunca sucederiam se eles tivessem algum respeito pelos partidos da oposição, o que manifestamente não acontece.

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