Páginas do Portimão Sempre

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ser mãe em Portimão. Por Julio Marreiros


Numa cidade virada para o turismo e prestação de serviços nesta área, em alguns estudos publicados na imprensa nacional considerada uma das cidades com maior qualidade de vida, bastante superior à média Nacional. Cidade que vive e tem variadíssimas profissões onde os horários são tão dispares e fora dos comuns padrões das 9h às 17h, funções estas que são desempenhadas por homens e mulheres que têm suas famílias e que felizmente contribuem para que possamos prestar serviços a quem nos visita. Muitas vezes nos esquecemos que para uns estarem de férias outros terão de trabalhar. Se assim não fosse ninguém poderia gozar as suas férias tranquilo e sem preocupações.

Então os que cá vivem e trabalham sentem necessidades de ter a oferta de certos serviços com horários e períodos de férias diferentes dos que existem noutros locais do nosso País. Portimão e o Algarve devido à sua actividade turística tem a sua época sazonal onde o maior fluxo de trabalho é centrado nos meses de Verão Julho, Agosto e Setembro e durante o período do Fim de Ano, Carnaval, Páscoa e em algumas pontes originadas por feriados.

O trabalho aumenta as empresas precisam dos funcionários disponíveis precisamente nestas alturas, todos são poucos e todos fazem falta.
Uma farmácia de serviço nós todos conhecemos, está instituído há muitos e muitos anos e todos achariam estranho se um dia precisassem dela e estivesse fechada.


Assim como as bombas de combustíveis. Muitos já passaram por épocas em que as bombas encerravam e só existia uma aberta no Algarve durante o fim de semana. Fazer uma viagem de Lisboa ao Algarve ida e volta no Fim de semana era complicado.
Hoje tudo (quase tudo) funciona mas ainda temos de melhorar muita coisa. Há cidades no mundo que se trabalha 24/24 “non stop”. Não desejo tal coisa mas o futuro o dirá.

Então ser mãe em Portimão tem contingências e necessidades que nos outros lados do País não são notadas.

As Creches, os infantários e ATL fecham precisamente nestas alturas e existe necessidade de se criar uma solução para este problema. Muitos certamente um dia já lhes aconteceu ter de pensar onde iriam deixar os vossos filhos por necessitarem de ir trabalhar e muitas vezes têm de recorrer aos amigos e amigas, vizinhos e ou familiares se os tiverem por perto de forma a resolver uma situação destas.

Porque não se cria uma rede de serviços nesta área onde se encontre sempre uma unidade de serviço para resolver situações destas? Com o número de unidades que existem hoje na cidade certamente seria fácil criar uma oferta deste tipo entre públicos e privados. Não vou aqui e agora sugerir horários ou períodos de funcionamento porque não conheço todas as situações mas se auscultarmos os principais interessados todos apresentarão sugestões ou necessidades!

Penso que ninguém hoje espera ter serviços gratuitos! Basta serem serviços onde os custos e proveitos sejam equiparados e ao mesmo tempo serve de publicidade para as unidades existentes.

Será que vale a pena pensar nisto?

Julio Marreiros




2 comentários:

  1. Caro Sr. Julio Marreiros, quero aqui deixar o meu agradecimento por este artigo, pois pese embora tenha sido escrito por um homem, deixe-me que lhe diga que naõ poderia mostrar melhor o sentimento feminino perante o que se passa na nossa cidade. As mulheres há muito que deveriam ter pegado na "pena e na tinta" para tocar nestes assuntos tão básicos da sociedade!

    Realmente, a cidade de Portimão, que se diz "cosmopolita", "moderna", "na moda", etc. tem aqui um enorme calcanhar de Aquiles: O Lar da Criança fecha TODO o mês de Agosto, e os outros infantários seguem-lhe as pisadas.

    Sei que a Casinha Brincalhona está aberta em Agosto, mas quem passar por lá e verificar o tamanho das salas (e a quase ausência de espaços abertos) que me diga se, mesmo sabendo que se trata de um equipamento relativamente moderno e com profissionais de qualidade inquestionável, que me diga se tem condições para receber crianças nos dias mais quentes do verão, ou se o tamanho das salas é digno para as mesmas crianças... enfim...

    Por outro lado, ser mãe em Portimão não é mesmo tarefa fácil... Nem o município dá o exemplo!

    Conheço uma amiga que trabalha na EMARP, e imagine-se o que se passa por lá: Quando uma mãe (ou um pai) goza a respectiva licença por maternidade/paternidade tem como "prémio" ao fim do ano uma série de FALTAS a penalizar a avaliação de serviço ao fim do ano.

    Ora sabendo que a legislação do trabalho diz que as licenças por maternidade/paternidade têm que ser consideradas como "prestação efectiva de serviço", como pode o município de Portimão tomar semelhante iniciativa (completamente ilegal) e ao total desrespeito perante as regras fundamentais das liberdades e direitos dos trabalhadores (e até da constituição da República Portuguesa) que garantem que nenhum cidadão deverá ser discriminado / privado dos seus direitos e/ou garantias por gozar as licenças por serem pais?

    É uma vergonha! Sempre me mantive afastada destes temas, e nunca quis tomar como certo, mas infelizmente, tudo me leva a crer que este executivo socialista, perante o desespero em que anda a deixar a gestão da câmara, não sabe mais por onde tirar, logo, tem que tirar aos que se encontram em situação mais fragilizadora, e sem possibilidades de encontrar alternativas para as suas situações sociais...

    (quem é que vai trabalhar com uma criança recem-nascida ao colo, em alternativa à falta mais que certa que levará no final do ano?)

    Simplesmente lamentável!

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  2. Excelente artigo, e comentário pertinente. Está prestes a chegar o mês de Agosto e aí vem o verdadeiro stress para os pais que não conseguiram férias neste período.

    Se queremos uma sociedade dita avançada, com mais produtividade no trabalho, NÃO PODEMOS ACEITAR que o segredo está em NÃO TER FILHOS!!!

    O segredo está em PERMITIR aos profissionais que POSSAM TER FILHOS, com os respectivos apoios que permitam manter (e aumentar) a população do país, gerando mais consumidores, fortalecendo a economia, ajudando a saír da crise!

    Quanto tempo levará para que se vejam as coisas assim?

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