Ou outra situação?
Aguardamos os vossos comentários.
Oportunamente iremos desenvolver todos esses assuntos neste vosso blogue.
Portimão Sempre
Num discurso na assembleia da República, nos seus tempos de deputado, datado de 13 de Maio de 1908, Afonso Costa (um dos pais da República) disse acerca da situação nacional de então:
“…Para onde foi, pergunto ainda mais uma vez, tanto dinheiro da nação?
Que se fez do suor, do sangue, da miséria do povo?!
Não há instrução, não há assistência pública, não há economia nacional, não há colonização, não há defesa nacional – nunca é demais acentuá-lo.
Mas se nada disto existe, há paços reais, salas de jantar, cavalariças, e guarda-vestidos sumptuosíssimos; há um batalhão do selo, há mil e uma formas de alimentação ilegítima da Monarquia parasitária; e há, sobretudo, da conta imensa, e ainda muito longe de liquidar-se pelo total, dos adiantamentos ilegais feitos ao rei e a pessoas da sua família. …”
Hoje, Afonso Costa diria, a propósito da situação nacional actual:
“…Para onde foi, pergunto ainda mais uma vez, tanto dinheiro da nação?
Que se fez do suor, do sangue, da miséria do povo?!
Não há instrução, não há assistência pública, não há economia nacional, não há competitividade nas exportações, não há independência nacional – nunca é demais acentuá-lo.
Mas se nada disto existe, há regalias, jantaradas, automóveis, e fatos Armani sumptuosíssimos; há um batalhão de assessores, há mil e uma formas de alimentação ilegítima da classe de Boys parasitária; e há, sobretudo, da conta imensa, e ainda muito longe de liquidar-se pelo total, da dívida pública decorrente de défices orçamentais desgovernados. …”
Ainda hoje, e em Portimão se por cá passasse, Afonso Costa diria:
“…Para onde foi, pergunto ainda mais uma vez, tanto dinheiro da nação?
Que se fez do suor, do sangue, da miséria do povo?!
Não há ensino universitário estruturante, não há visão pública, não há economia local, não há competitividade económica, não há desenvolvimento local sustentado – nunca é demais acentuá-lo.
Mas se nada disto existe, há Sashas, jantaradas, automóveis, e eventos sumptuosíssimos; há um batalhão de assessores, há mil e uma formas de alimentação ilegítima da classe de Boys parasitária; e há, sobretudo, da conta imensa, e ainda muito longe de liquidar-se pelo total, da dívida da Câmara Municipal de Portimão decorrente de défices orçamentais desgovernados. …”
Não gosto de usar a memória de tão augusto Português desta forma, mas estou certo que ele compreenderia.
Para concluir, cito as palavras de um amigo meu:
“Onde é que há para ai uma choça, para eu entrar lá para dentro?”
Quem entendeu, entendeu.
Quem não entendeu, informe-se.
Cumprimentos