Retorno de 12 milhões, desembolsados por cerca de 150 mil pessoas que se deslocaram a Portimão, numa passagem de ano alargada, entre 30 de dezembro e 4 de Janeiro são as estimativas da autarquia. Estudo da Ualg aponta gasto médio diário de 60 euros.
O conceito de “propostas musicais simultâneas para todos os públicos em três palcos distintos, facto único na região algarvia” está na base da estratégia do fim de ano alargado da qual Portimão se reivindica como precursor e que acontece desde 2005.
Relativamente à assistência do Solrir, festival que já vai na sua quinta edição e reuniu este ano os mais conhecidos humoristas nacionais, a produção aponta para cerca de 9.500 espetadores no Portimão Arena, durante os quatro dias de espetáculos.
O fogo de artifício na zona ribeirinha de Portimão, Rocha e Alvor, acompanhados de espetáculos de estilos diferenciados, e a realização de espetáculos de humor nos 4 primeiros dias do ano, são a receita que tem vindo a ganhar notoriedade, em especial a nível de dois mercados classificados como de proximidade: o nacional e o espanhol.
Este efeito obtido por campanhas promocionais, mas sobretudo através do sistema “m2m” ou mouth to mouth, sigla em inglês que se pode traduzir por «recomendar a um amigo», que para o visitante atraído pela notoriedade do destino é uma forte motivação, resultou este ano numa maior atenção dos media.
Destino de notoriedade para a passagem de ano
Os festejos obtiveram nesta passagem de ano cerca de uma hora e 21 minutos de emissão em blocos noticiosos, espaço de forte credibilização, o que reforça a imagem de Portimão, com impacto alargado pelas emissões internacionais dos canais generalistas.
Entretanto, um estudo recente da Universidade do Algarve sobre o perfil dos turistas deste período aponta para cerca de “70% dos presentes nos festejos vêm de outras regiões do país expressamente para o efeito”, aponta ainda o município.
Quanto ao gasto médio diário, este situa-se nos 60 euros neste tipo de deslocação, associado ao conceito city break ou miniférias.
Refira-se ainda que, de acordo com os estudos realizados Portimão é um destino familiar por excelência que atrai grupos nacionais de, em média 4 pessoas.
No item de satisfação, Portimão atinge um alto grau na maioria dos inquiridos, enquanto cerca de 97% manifestam a intenção de regressar nos próximos 3 anos.
Entre os nove produtos turísticos possíveis considerados na estruturação do destino (sol e mar, gastronomia, turismo náutico, de natureza, residencial, e de saúde e bem estar), numa escala de 0 a 10, os programas de fim de semana ou miniférias, obtêm um resultado de 8.
Alojamento não classificado é o preferido
Relativamente ao alojamento, cerca de um terço dos visitantes nacionais preferem a casa privada alugada para o seu alojamento.
Ou seja, no conjunto, a habitação não classificada em termos turísticos (casa privada alugada, casa própria e casa de amigos e familiares) atinge os 64,6%. Em termos de estabelecimentos hoteleiros classificados, as preferências recaem sobre os apartamentos turísticos, que representam 17,1% das opções.
Mas qualquer que seja a opção de alojamento, a restauração beneficiou da enchente e “esta forte presença de visitantes teve um notório efeito dinamizador, em termos em termos de oportunidades de negócio”.
São estes dados que levam o município - que não divulgou o montante investido pelas iniciativas de fim de ano - a estimar que a época tenha gerado “uma receita aproximada de 12 milhões de euros”, facto que “ganha maior relevância numa altura em que se faz sentir uma grave crise económica”, congratula-se o município liderado pelo socialista Manuel da Luz.
Fonte: Observatório do Algarve
Se for verdade, até nem é mau.
Não é nada mau mesmo.
A questão com os eventos, é que há que distinguir entre os que geram receitas, dos que só geram custos.
E por vezes, isso por cá, não é feito.
Adjudica-se muitas vezes (e por ajuste directo), a organização de determinados eventos, que não geram retorno suficiente para cobrir o seu custo.
Fica aqui hoje este mote.
Um abraço.
Boa tarde
ResponderEliminarInteressante mesmo, no sentido da solidez da análise que aqui se expressa, seria saber o montante gasto, porque, por ex. gastar 20 milhões, para ter 12 de retorno, parce-me um péssimo negócio. De qualquer modo tenho dúvidas quanto ...a estes 12 milhões.
De relevante é de facto o tempo de antena conseguido pela cidade nos telejornais das televisões nacionais, o que efectivamente é um investimento e caro e aí tenho que dar os parabéns à organização.
Agora....dizer-se que havia música para todos os gostos é que é no minimo hillariante...dado que o que se oferecia eram programas eminentemente popularuchos em todas as frentes. Claro que, não sabemos, o que os senhores consideram "todos os gostos", ou mesmo se o racio foi conseguido a nível dos gabinetes dos decisores.
Acrescentar ainda, que nada tenho contra os programas populares, que até considero salutares e cujo colorido anima a cidade. Eu também gosto de alguns programas populares. O que penso ser fundamental é que se ofereçam alternativas, porque ao fim ao cabo somos todos cidadãos, supostamente de pleno direito. Embora seja óbvio, que determinados "gostos" não darão o seu voto assim de mão beijada como o gosto mais popular.