Na passada sexta-feira, dia 28 de Janeiro, teve lugar na Casa Inglesa, uma tertúlia acerca das portagens da Via do Infante.
Estivemos presentes, tendo apreciado a agradável e franca conversa, acerca deste assunto.
Estiveram presentes, pessoas com diferentes sensibilidades.
Ou seja, desde sindicalistas, a representantes de associações empresariais.
Desde representantes de várias forças partidárias, a pessoas sem ligação à vida partidária.
Foi interessante, porque apesar dos diferentes matizes que diferenciavam os participantes, sentia-se um ambiente de causa comum.
Acerca do assunto, foi discutida a especificidade da via do Infante face às outras scuts já portajadas.
Foi referido o facto de dois terços da via terem sido construídos com fundos comunitários, pelo que a tese do utilizador pagador, para pagar a construção desta via, cai por terra.
Simplesmente porque, grande parte dela já está paga.
Foi referido o facto do tremendo impacto negativo que terá ao nível económico, visto que a nossa região, ao ser o destino turístico que é, sofrerá com a má imagem que estas portagens provocarão.
Por exemplo um turista que chega a Faro, que aluga um carro, terá de pagar portagens de uma forma que não é nada prática. Terá de comprar um dispositivo, carregá-lo, etc, etc, etc.
O nosso turista actual, é um turista particularmente sensível a um acréscimo de custo das suas férias. Depois por ser, Inglês, Alemão ou até Espanhol, não se sentirá nada satisfeito com algo que lhe aumenta o custo das suas férias e ainda por cima de uma forma complicada e incómoda.
A má publicidade que fará quando regressar, não é de subestimar.
Depois, todos sabemos que a EN125 não é alternativa.
Diz-se que vai ser requalificada, mas aqui entre nós, duvidamos muito...
E se for, ficará com 84 rotundas. Ou seja, se antes já era uma rua ficará depois, mais rua ainda.
Foi referido que a associação de utentes, foi recebida pelos diversos grupos parlamentares da Assembleia da República.
Os únicos grupos parlamentares que deram o seu apoio inequívoco foram o BE e o PCP.
Os outros desculparam-se com eles mesmos.
Ou seja, o PS diz que compreende mas que por culpa do PSD...
O PSD diz que também compreende, mas que com a posição do PS...
O CDS, dará uma no cravo e outra na ferradura...
Com isto foi falada a necessidade dos Algarvios, se assumirem enquanto protagonistas na vida activa local e Nacional, num contexto em que se torna visível, uma certa sobranceria para com o Algarve, por parte de Lisboa.
Foi dito que não se pode esperar que outros resolvam os nossos problemas, de acordo com o nosso interesse local e coerente até com o interesse nacional.
Foram sugeridas várias acções de protesto. Umas mais institucionais, outras mais de choque.
Porém, aqui levantou-se o problema da dificuldade de mobilização, que existe nestas nossas gentes
que vivem abaixo da ribeira do Vascão.
Foi consequentemente referido o facto, do enorme défice existente de participação cívica por parte dos Algarvios.
Viu-se nesta iniciativa.
Apesar de estarem presentes as várias sensibilidades que já referi, não estiveram lá mais do que 10 pessoas.
Ora, se as pessoas quiserem chamar a si, decisões como estas, têm de se comprometer mais.
É notória a falta de participação cívica, por parte das pessoas.
É na ausência de iniciativas destas;
É na ausência das reuniões das Assembleias Municipais Camarárias;
É nos índices de abstenção superiores, aos da média nacional (viu-se isso mais uma vez no passado Domingo);
É nos índices de participação inferiores em iniciativas de carácter associativo;
Etc.
Meus amigos:
Quer seja para impedir que as portagens sejam implementadas, quer seja para outra coisa qualquer, como por exemplo uma governação mais eficaz, tem de haver uma maior participação cívica, por parte dos cidadãos.
Não chega dizer, que se faz e que se acontece.
Há mesmo que fazer e que acontecer.
Porque senão, seremos mesmo "radiografados" através daquela música do "Movimento Perpétuo Associativo" dos Deolinda.
E isso é triste.
A participação cívica, não garante tudo.
Não resolve tudo.
Porém:
Se houver, não se garante o sucesso.
Mas, se não houver, garante-se o fracasso.
Dito isto, desejo apenas acrescentar que esta iniciativa tem muito mérito.
Há por isso, que apoiá-la.
Está nas nossas mãos.
Obrigado e um abraço.
P.S. Se alguma coisa aqui não estiver exactamente como lá se passou, quem lá esteve, por favor que faça o favor de corrigir.
Caro João Pires,
ResponderEliminarAntes de mais, quero agradecer a sua presença e contributos na tertúlia da passada Sexta-Feira.
Concordo com o seu post e quero apenas frisar que as "Tertúlias do Arade" são uma iniciativa muito singela, que pretende apenas criar um hábito regular de discussão pública e informal dos assuntos que nos interessam, seja a nível local ou nacional e que devem ser debatidos. Vamos continuar, já durante este mês, com a discussão de um tema a anunciar, em data e com os convidados que oportunamente serão confirmados. Para quem estiver interessado, pode aceder ao nosso blogue(http://tertuliasdoarade.blogspot.com/) onde encontrará toda a informação sobre as tertúlias.
Para terminar, quero apenas deixar aqui expresso que também os blogues com o carácter e a abertura do "Portimão Sempre" são decisivos para promover a tal participação civíca que refere e de que tanto necessitamos. Espero e desejo que continuem, com a mesma responsabilidade, frontalidade e coragem que têm mostrado até aqui, apesar das manobras obscuras que por aí existem para silenciar quem quer pensar e discutir o futuro de Portimão.
Os meus cumprimentos a todos!
Caro João Gonçalves Caetano,
ResponderEliminarO gosto foi todo meu em participar.
Estaremos atentos a mais iniciativas no bloque: http://tertuliasdoarade.blogspot.com, que sugeriu.
A participação cívica é de facto uma necessidade premente.
Aliás, arrisco-me mesmo a afirmar que nunca foi tão necessária como agora.
Os problemas que vivemos, tanto a nível nacional como a nível local, são de tal ordem graves, que o contributo de todos é essencial para que surjam soluções para os mesmos.
Desta feita, todos os que têm vontade e capacidade têm a obrigação de serem mais interventivos.
Porque senão o forem, pura e simplesmente não terão o direito de se queixar.
E serão de certeza, merecedores do castigo de serem governados por piores homens do que eles.
Acerca do Portimão Sempre, vai se fazendo o que se pode.
E o que se pode, pouco que seja, é feito com simplicidade, sinceridade, determinação e preserverança.
Acerca das tais manobras obscuras, apenas dizemos que estamos vigilantes.
Obrigado pela sua atenção.
Bom fim de semana.