Uma idosa algarvia, de 85 anos, nem queria acreditar quando recebeu uma carta da Unidade Regional de Gestão de Inscritos para Cirurgia com a marcação de uma operação ginecológica no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, a mais de 600 quilómetros de casa.
"Quando recebi a carta, há uma semana, fiquei muito espantada. A minha neta, que estava comigo, ria-se e dizia que parecia impossível", relatou ao CM Lídia Silva, residente em Portimão e seguida no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio.
Apesar dos problemas no útero lhe tirarem qualidade de vida, a idosa não aceitou a marcação e voltou para a lista de espera. "Ainda se fosse Lisboa tinha lá família. Mas Trás-os-Montes? É muito longe e não tinha ninguém que fosse comigo. E se lá morresse? Como era? Não tinha dinheiro para pagar o funeral de lá para cá!", disse indignada.
Também José João, de 77 anos, que sofre de glaucoma e que tem indicação de urgência para a cirurgia, foi enviado para o mesmo Hospital. Ao CM, a esposa, Clementina, considerou ser "uma brincadeira de mau gosto". Uma terceira idosa de Portimão, que aguarda uma operação às cataratas, teve o mesmo destino. Recusou.
Fonte: Correio da Manhã
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