Páginas do Portimão Sempre

domingo, 16 de janeiro de 2011

EMARP e Portimão Urbis poderão fundir-se. Desnorte completo.




A Câmara Municipal de Portimão apresentou à Assembleia Municipal uma proposta de fusão entre a Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão (EMARP) e a Portimão Urbis – Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana.

Em cima da mesa, estão duas hipóteses - a venda dos 49 por cento da EMARP ou a fusão com a outra empresa municipal portimonense - que ainda estão a ser estudadas, mas que já levaram a oposição autárquica a manifestar-se contra esta intenção, argumentando que a EMARP é uma empresa lucrativa, enquanto que a viabilidade financeira da Portimão Urbis tem vindo a ser sucessivamente posta em causa.

Luís Carito, vice-presidente da Câmara e presidente da Comissão Executiva da Portimão Urbis, adiantou ao jornal algarvio Barlavento que «a fusão terá como ideia, caso avance, a criação de sinergias entre o ambiente - alargando competências às energias e jardins - e a reabilitação urbana». Uma ideia que está longe de reunir o consenso na autarquia.

Já em Dezembro, o Bloco de Esquerda (BE) tinha pedido a extinção da Portimão Urbis por a considerar uma empresa despesista e mal gerida. Por outro lado, «a EMARP é uma empresa bem gerida, com as suas contas regularizadas, enquanto a Portimão Urbis nos coloca reservas. A Câmara está é a tentar injectar dinheiro numa empresa que tem problemas», afirmou ao mesmo jornal a deputada municipal do BE, Luísa Penisga. O deputado bloquista João Vasconcelos mostrou-se surpreendido com o anúncio, pois ainda «não havia muito tempo tinha sido aprovada a venda dos 49 por cento da EMARP».

Estas dúvidas são partilhadas pelo presidente da Comissão Política do Partido Social Democrata de Portimão, Pedro Xavier, que revelou ter reservas em relação a esta fusão.

EMARP versus Portimão Urbis
Por seu turno, Luís Carito discorda da avaliação feita aos resultados da Portimão Urbis: «Não é verdade que seja uma empresa que tem problemas». De acordo com o responsável, a empresa, na sua vertente de eventos e turismo, «segue uma política definida com a câmara e a Associação de Turismo, tendo capacidade a este nível. Quanto à gestão e à reabilitação urbana, a Urbis consegue ir buscar fundos exteriores». O problema é, segundo Luís Carito, que esta empresa municipal gasta em função dos contratos programa que celebra com a autarquia, a sua principal fonte de financiamento, e até «tem tido resultados positivos, mas é necessário que a câmara cumpra os compromissos», e isso não tem acontecido, revelou o vice-presidente da autarquia.

Já no que respeita à EMARP, ninguém tem dúvidas de que é uma empresa bem gerida. Além de já ter sido reconhecida como tal a nível nacional, a própria Câmara de Portimão já recorreu aos lucros daquela empresa municipal para se financiar: em 2010, a câmara foi buscar cerca de quatro milhões de euros à EMARP, para resolver alguns dos seus problemas mais prementes de tesouraria, nomeadamente o pagamento de salários.
João Rosa, director geral da EMARP, revelou ser contra a fusão com a Urbis, assegurando que necessita de «ver primeiro um estudo económico real que mostre o impacto destas medidas». O director da empresa de águas e resíduos não vê muitas vantagens para a EMARP, porque «as duas empresas têm objectos sociais muito diferentes».

Plano de saneamento financeiro pretende reduzir dívida da autarquia
O plano de saneamento financeiro da Câmara Municipal de Portimão, aprovado pela Assembleia Municipal em Agosto de 2010 e apresentado ao Tribunal de Contas em Novembro, visa rescalonar o pagamento da dívida de curto prazo para 12 anos.

Segundo Luís Carito explicou à Agência Lusa, o município tem uma dívida de curto prazo (três a cinco anos) «na ordem dos 104 milhões de euros», mas que «está controlada». «O plano é uma situação prevista na lei, que permite ao município renegociar a dívida que tem a curto prazo, alargando-a para um prazo superior, neste caso a 12 anos, mantendo a capacidade de investimento futuro», descreveu o autarca.

Além do rescalonamento da dívida a curto prazo, o plano de saneamento financeiro prevê a constituição de um fundo imobiliário com património camarário, cortes nos subsídios e actividades, o aumento da receita de impostos indirectos, do Imposto Municipal sobre Imóveis IMI) e a alienação de 49 por cento da EMARP, que pode, então, passar pela venda dos activos ou pela fusão com a Portimão Urbis.

Autor / Fonte: Névia Vitorino (através do portal ambiente online).

Gostariamos de destacar o seguinte:

"Luís Carito, vice-presidente da Câmara e presidente da Comissão Executiva da Portimão Urbis, adiantou ao jornal algarvio Barlavento que «a fusão terá como ideia, caso avance, a criação de sinergias entre o ambiente - alargando competências às energias e jardins - e a reabilitação urbana». Uma ideia que está longe de reunir o consenso na autarquia."

Esta parte em particular:
«a fusão terá como ideia, caso avance, a criação de sinergias entre o ambiente - alargando competências às energias e jardins - e a reabilitação urbana».

Isto é mesmo o protótipo do discurso redondo e autojustificativo (recorrendo a chavões e a tecnicalidades da Gestão) para justificar uma necessidade premente, mas que não a pode revelar.

Com que então sinergias?
As sinergias têm como pressuposto a junção de duas ou mais “forças”. Para que o seu conjunto seja maior do que a soma das suas partes.

(Ou qualquer coisa deste género, porque eu de Gestão percebo pouco...)

Ora o que nós temos aqui, é uma “força” e uma grande “fraqueza”.

Ou seja a Emarp e a Portimão Urbis.

O que eles querem fazer é salvar o desastre da Portimão Urbis com os activos da Emarp.

Ora, o que é preconizado nestes casos é cortar com os prejuizos e preservar os activos.
Precisamente para que se evite o contágio para as unidades que ainde têm saúde, por assim dizer.

Eles querem fundir tudo para que se salve tudo (e para que se safem de tudo).

Santa inocência.
Em situações similares, muitos tentaram fazer o mesmo.
Todos falharam.

Quem tentou salvar empresas condenadas com a saúde das outras, só conseguiu matar ambas.
Porque existe um efeito de contágio, por assim dizer e para simplificar.

Claro, que preconizar o sacrificio da unidade ineficiente, pode parecer duro, frio e insencivel.
Mas a questão que se põe, é:
Quem pôs a Portimão Urbis neste estado?
E já agora a CMP neste estado?

E querem salvar tudo com a Emarp?
A tal, que só tem saúde , porque nos vende a água monopolisticamente a preços exorbitantes?

Ao director geral da EMARP, cheira-lhe de facto a esturro!
Porque sabe que vão acabar por matar a Emarp (a tal em que nós consumidores de água, já metemos tanto dinheiro), a Portimão Urbis e a CMP também.

Eles nem sabem o que fazer.
Ora querem vender parte da Emarp, ora querem fundi-la com a outra...
Desnorte completo.

Mais uma vez, eu não percebo nada disto...

Mas eles, também não!

Bom fim de semana.

3 comentários:

  1. Ainda há pouco tempo a divida de curto prazo era de 94 milhões. Já vai nos 104 milhões.
    Sobe a ritmo galopante e lá dentro dos corredores já ninguem se entende. O Navio está a afundar e nem já a banda toca como no Titanic. Já se pos ao fresco. O comandante prepara-se para abandonar o navio antes dos tripulantes e o imediato trata da vidinha. A rataria também já abandona o barco e procura avidamente por uma tabua de salvação. Porque o resto está tudo a ir por agua abaixo.

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  2. Isto está a acabar. O fim aproxima-se. Arrependam-se porque o fim está próximo.
    Todos os que chafurdaram neste sistema irão ter o seu juizo final.
    Só espero que até lá não nos condenem ao inferno.

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  3. Pouca VERGONHA!

    Tenho um familiar que trabalha na EMARP e dá tristeza ouvir os comentários que se falam por lá, do tipo: "agora querem que paguemos as contas da Urbis (ex-expoarade)", ou "já pagámos pelo fogo de artificio, pelos ordenados dos funcionários da câmara e pelas obras do estádio e agora querem que sejamos nós a pagar as dívidas da Expoarade"...

    E até seria fácil criticar só o PS (onde se está para saber de onde terá vindo aquele "feijão" Carito) mas a verdade é que a oposição PERDE às milhas pela inaptidão e ignorância que demonstram ter perante o descalabro total que está a ser este executivo socialista!

    POLITICOS DECENTES PROCURAM-SE!



    E com isto, podem esses senhores politicos crer que só dão razão a pessoas como Fernando Nobre ou José Manuel Coelho que tentaram mostrar através das suas candidaturas à presidencia da república, fazer ver que a sociedade civil começa a estar atenta!

    Por favor senhores políticos, não deixem o nosso país chegar ao ponto a que chegou a Grécia!

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