Páginas do Portimão Sempre

sábado, 23 de julho de 2011

As questões pertinentes sobre o convento de S. Francisco. Por João Figueiredo.


Boa noite a todos,

Antes de mais uma palavra de felicitação a todos os que participam aqui activamente com temas que abordam questões fundamentais da nossa cidade. É um grupo bastante activo e sobretudo, pertinente nas questões abordadas.

Venho pela primeira vez participar, e trago algumas questões sobre um assunto que infelizmente já c...aiu no esquecimento para muitos, mas acredito que para nós não. Venho solicitar a cooperação de todos os que conseguirem ajudar, para um trabalho de pesquisa que estou a realizar sobre:

Convento de São Francisco de Portimão

Ao que vou aqui sintetizar, gostaria que se tivessem informações que as partilhassem, e que respondessem às questões que vou colocar adiante no caso de terem a resposta de fonte segura:

O convento data do século dezasseis, fundado pelo capitão Simão Correia, e habitado ao longo do tempo por Padres, Franciscanos e Capuchos.
Passou para mãos privadas no período da historia em que acabaram as ordens religiosos, sendo vendido pela primeira vez em hasta publica no século dezanove a Eugénio de Almeida, servindo de deposito de cortiça. Sofreria com isso um grande incêndio, tendo ainda antes passado pelo avassalador terramoto de 1755. Haveria ainda de ser arrendado para a industria piscatória a Júdice Fialho.
Diz-se que a câmara por varias vezes tentou adquirir o imóvel (será mesmo?) mas o que é certo é que o mesmo haveria de ser adquirido pela família Pulido Garcia. Diz-se ainda que era plano da família o projecto para um hotel de charme.
Segunda as ultimas informações que consegui, os actuais proprietários são a família Souza Coutinho, e tanto quanto sei, a ultima proposta da câmara para o convento e envolvente era instalar lá o Centro de Investigação e Formação Avançada em Turismo.

Queria ainda referir dois aspectos:

1 - O Convento e Igreja foram classificados de "Imóvel de Interesse Público", ou seja, são Património Arquitectónico e Arqueológico, ao abrigo da lei IIP, Dec. nº 45/93, DR 280 de 30 Novembro 1993.
2 - A área envolvente e pertence à designada Zona do Porto, da jurisdição da JAPBA, e qualquer intervenções estão também sujeitas ao parecer da DRAA;

Estas informações foram retiradas do jornais como "O Barlavento", "Edição Especial" e do site de "Sistema de Informação para o Património Arquitectónico" entre outras fontes.




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Antes do grande teor desta minha participação, queria só fazer referência com umas linhas a aspectos que quanto a mim devem ser mais do que relevantes para que se pegue neste tema:
- Este convento, e tudo o que o envolve, são exemplos únicos no Algarve do que foi a arquitectura maneirista. Do que já pude ver, há espaços lindíssimos e ricos do ponto de vista arquitectónico, desde os claustros ás abobadas, dos vãos aos pórticos;
- Não só é rico a nível arquitectónico como também o é na historia, desde ter passado por várias ordens religiosas, com imensas curiosidades históricas e até lendas e mitos, como os túneis subterrâneos até à outra margem do rio.
- Pela sua localização, junto ao rio, junto a margem, é talvez dos pontos da cidade que saltam logo à vista mal se entra na cidade. Não o é talvez neste momento pelas piores razões, mas tem todo o potencial para se tornar numa das imagens da cidade. Além disso, encontra-se num ponto que une a ribeirinha ás entradas da Rocha e da Marina, além de se situar junto ao Porto de Portimão, do Museu de Portimão e de se encontrar junto às artérias do centro da cidade.
Acho que só por estes pontos, conseguimos ter uma noção do potencial que estamos de facto a falar.

Os dados históricos não me interessam neste momento, no entanto se alguém tiver um conhecimento profundo e relevante da sua historia agradeço a mesma que partilhe. Peço agora a colaboração de todos nos seguintes pontos:

- A verdadeira posse do Convento e da sua envolvente: Precisava de saber exactamente quem são dos proprietários actuais do Convento e todo o seu terreno, bem como a confirmação do terreno envolvente à cerca, se é ou não do domínio do porto.

- Se a Câmara tentou de facto adquiri e o porque de não o ter conseguido: se tentou de facto, alguma razão está por detrás do fracasso.

- Que armas podem ser usadas, tal como o facto de ser Imóvel de interesse Publico e Património, para que este passe de facto para as mãos da autarquia.

- Quais as soluções para o uso do Convento? e se me permitem, enquanto estudante de arquitectura tenho que fazer um ponto meu sobre isto: A meu ver o nível de degradação do edifício é extremo. Acho que tentar uma reconstrução do mesmo e uso das suas instalações seria não só muito dispendioso bem como reprovável do ponto de vista da valorização arquitectónica. Eu reprovo qualquer projecto que passe por transformar o Convento e tudo o que o envolve em instalações seja do que for, ou de hotéis, pousadas ou tudo o que envolva reconstruir a ruína. Quanto a mim, a aposta deve ser feita em valorizar e potenciar a sua actual imagem, restaurando a estrutura actual obviamente, e potenciar a sua envolvente, desde à volta da cerca como dentro da cerca no seu imenso jardim. Uma iluminação estratégica do convento, uma limpeza da mata envolvente e um plano estratégico de apostas a nível cultural para os espaços em torno do convento, era quanto a mim o melhor passo que se podia dar, para potenciar não só a imagem forte que este convento pode voltar a ter como de todos os espaços que o mesmo envolve. Há tanto por onde pegar, porque manchar uma imagem que já está tão manchada pelo desprezo?

Espero a vossa colaboração, a vossa opinião, e que isto seja para vós, como é para mim, palavras de quem quer ver este assunto de uma vez por todas encaminhado para bem da imagem da nossa cidade.

Cumprimentos a todos, obrigado pela grande atenção!

João Figueiredo









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