Circulação rodoviária nos dois sentidos entre a ponte velha e o Largo 1º de Dezembro.
A autarquia portimonense informa que a Rua Direita, em pleno centro da cidade, vai estar aberta ao trânsito automóvel de 15 de Julho a 15 de Setembro. Trata-se de uma medida com carácter experimental, acordada entre a Câmara Municipal e a UAC – Associação de Desenvolvimento de Portimão Pró-Comércio, cujos efeitos serão posteriormente avaliados, no sentido de serem apuradas as eventuais melhorias que a mesma poderá trazer em termos de descongestionamento do tráfego automóvel numa das zonas mais concorridas de Portimão e onde existe uma significativa aglomeração de estabelecimentos comerciais.
Complementarmente, na Rua Júdice Biker passa a ser permitida a circulação nos dois sentidos ao longo do percurso entre a ponte rodoviária (à entrada da cidade) e o Largo 1º de Dezembro, fronteiro ao TEMPO – Teatro Municipal de Portimão, como forma de os automobilistas terem melhor acesso à Rua Direita.
Fonte: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=117981
Hoje o dia está fraquito e ficar em casa, ver as notícias da crise, da cidade e do mundo, é uma opção. Vir à net visitar-nos é uma obrigação.
ResponderEliminarBom dia.
Sobre estas questões da mobilidade viária, tenho uma opinião diversa. Ou melhor, aceito algumas sugestões sobre esta problemática viária, que é preciso estudar e implementar medidas que visem uma melhoria na fluidez rodoviária na cidade e seus acessos, mas começando no condutor, o automobilista, que antes de o ser, primeiro é cidadão e, no plano da mobilidade, tem essa designação engraçada de peão.
É por este princípio incontornável de que todos nós somos peões que devemos, com respeito por opinião contrária, centrar e inicial a discussão.
Para os mais distraídos - e todos nos tornamos distraídos quando ao volante, sentados na redoma móvel que nos engrandece e liberta -, à que recordar que os automobilistas são todos peões e nem todos os peões são automobilistas.
Com o modelo económico assente no crescimento da economia e que no nosso país teve como principal alavanca a construção civil, convenceram-nos que podíamos ter a nossa própria casa a pagar menos do que uma alugada. Por isso fomos empurrados para fora da cidade. Praticamente auto-expulsámo-nos da urbe e fomos, conforme a capacidade de endividamento, viver para amontoados de bonitos prédios novos ou para resorts fechados longe da turba incómoda.
A cidade, o centro, passou a ser local de emprego e não de vida plena como nos tempos da nossa infância. Morreu fora dos horários de expediente e do comércio e tornou-se palco dos zombies filhos da má fortuna, insegura, indesejável.
Para o emprego convergem nesse espaço democrático e mobilidade que são as estradas os cidadãos das mais diferentes origens e classes. Entopem-no e lutam por lugares dentro da urbe para deixar as suas “latas”. Não há alternativas. Os transportes públicos são poucos, desorganizados e perdem-se no meio do restante tráfego. Enquanto houver possibilidade, ao cidadão comum, ao peão, a solução é pôr a sua viatura o mais perto do emprego.
Daí, o que ressalta à vista do pensador da cidade (se é que houve), do projectista (se é que há), do autarca, é o carro e não o peão. Fala-se em mobilidade e o que vem logo à cabeça é o automóvel, não o cidadão que o conduz, o peão.
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ResponderEliminarE a cidade vem crescendo debaixo dos ditames do “senhor todo poderoso”, o carro. Que é conduzido pelo, tantas vezes sua vítima, o automobilista, o peão.
Os passeios são reduzidos à sua expressão mínima e, parece, apenas o suficiente para permitir a sua transposição por pelo menos duas rodas num cenário de parque esgotado, por vezes em situações tão grotescas como imaginativas, aproveitando sempre a viatura em detrimento, aparentemente contraditório, do seu condutor, peão.
Face ao cenário de crise e do que, tudo indica, aí vem – mas poucos parece quererem ver -, dou por mim a pensar se não estaremos a discutir com décadas de atraso, completamente fora do tempo. Aliás esta tem sido a história deste país.
O que se perspectiva, e como gostava de estar enganado, é um longo período de adormecimento da economia, de retrocesso até. Iremos viver mais como viviam nossos pais. Haverá cada vez mais famílias com um carro apenas e menos com um carro para cada um dos seus membros. Isso é inevitável.
Claro que muitos manterão o seu nível de vida e permitir-se-ão ao luxo de ter muito mais do que um carro. Mas isso é uma minoria. Por muitos anos haverá um decréscimo de viaturas a circular nas nossas vias. Isso já é uma evidência.
Conjugando, neste cenário de crise, o facto de as cidades estagnarem o seu crescimento e de, havendo uma aposta séria no mercado de arrendamento e de recuperação das zonas históricas, centrais, tudo me leva a crer e reforçar a ideia que haverá menos trânsito rodoviário e, portanto, ser fora de tempo esta discussão em torno das acessibilidades viárias, sem prejuízo, claro está, de se efectuarem as melhorias e acertos de fluidez que ressaltam à vista de todos e como bem já se expôs e aquilatou neste espaço, entre as quais a decisão camarária que deu origem a esta notícia do tráfego na Rua Direita com a reabertura aos dois sentidos entre os jardins da baixa.
Grandes projectos de obras devem mesmo ficar no papel para voltarmos a pôr em cima da mesa daqui a uns anos quando houver, oxalá que sim, mais folga no cinto.
Até lá pense-se numa cidade mais económica, mais simples, mais humana, mais para o condutor, seja de veículos de quatro ou de duas rodas ou apenas do seu próprio pé.
Não é preciso inventar muito. Bons exemplos não faltam. Há que, com muita paciência, a par da criação de condições (dar vida plena à cidade devolvendo-a aos cidadãos), ir mudando as mentalidades e a cidade será certamente um local bem melhor do que é hoje para quem nela habita.
Cumprimentos
Clarisse
Ai, clarisse, clarisse na te metas nisse.
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