Páginas do Portimão Sempre

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mais um ajuste directo milionário para amigos?


Solrir para entrar no ano novo com muito humor

A 5ª edição do Solrir, que decorrerá no Portimão Arena de 1 a 4 de Janeiro, promete muito humor para a entrada no novo ano.
Os artistas da área do humorismo Fernando Mendes, Herman José, Fernando Pereira, Nilton, Ana Bola, Maria Ruef, Marco Horácio, Ervilha e Serafim apresentam novos espectáculos, prometendo trazer o melhor do humor actual.
Fonte: Correio da Manhã


A organização deste espectáculo será uma iniciativa interessante do ponto de vista artístico.
Terá de certeza o seu mérito.

Mas eu gostaria de abordar a questão do custo, do modo de adjudicação e a quem foi adjudicada:

A organização da última edição do Solrir (a de Janeiro de 2010) foi adjudicada por ajuste directo, pela quantia de 135.700€, a uma empresa que se chama PRESS HAPPINESS, UNIPESSOAL, LDA.
Isto pode ser visto aqui:
Http://transparencia-pt.org/?search_str= Portimão ajustes directos&sort=2

Esta empresa tem como sócia a Sra. Cristina Maria Arvelos Tavares.
Esta Senhora é também sócia de uma outra empresa que se chama Blue Velvet.

Esta empresa foi a responsável pela organização, por ajuste directo, da exposição “Eu gosto de mulheres” que custou 330.000€.
Esta exposição decorreu no Arena.

Isto pode ser visto aqui:
http://transparencia-pt.org/?search_str= Portimão ajustes directos&sort=0

Como já disse, esta empresa tem como sócia a já mencionada Sra. Cristina Maria Arvelos Tavares.
Esta empresa tem uma segunda sócia, que é a Sra. Annick Burhenne.
Como curiosidade (irrelevante, com toda a certeza) refira-se o facto de esta senhora ser a esposa do Sr. João Soares (esse mesmo).

Conclusão:
Temos adjudicações por ajuste directo na ordem das centenas de milhares de €, para eventos de animação.
Estes eventos são organizados pela câmara municipal de Portimão, que tem o mais grave problema de desemprego do Algarve, que vai cobrar o IMI à taxa máxima aos seus munícipes, que já pagam a água à taxa das mais caras do Algarve.
Entre outras coisas.

E ficamos por aqui.
Abraço

5 comentários:

  1. Vampiros
    Zeca Afonso

    No céu cinzento
    Sob o astro mudo
    Batendo as asas
    Pela noite calada
    Vem em bandos
    Com pés veludo
    Chupar o sangue
    Fresco da manada

    Se alguém se engana
    Com seu ar sisudo
    E lhes franqueia
    As portas á chegada
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    E não deixam nada

    A toda a parte
    Chegam os vampiros
    Poisam nos prédios
    Poisam nas calçadas
    Trazem no ventre
    Despojos antigos
    Mas nada os prende
    Às vidas acabadas

    São os mordomos
    Do universo todo
    Senhores á força
    Mandadores sem lei
    Enchem as tulhas

    Bebem vinho novo
    Dançam a ronda
    No pinhal do rei

    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    E não deixam nada

    No chão do medo
    Tombam os vencidos
    Ouvem-se os gritos
    Na noite abafada
    Jazem nos fossos
    Vítimas dum credo
    E não se esgota
    O sangue da manada

    Se alguém se engana
    Com seu ar sisudo
    E lhe franqueia
    As portas á chegada
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    E não deixam nada

    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    E não deixam nada



    Acho que se aplica.

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  2. Aplica-se aqui os vampiros do Zeca Afonso e de que maneira.

    "No chão do medo
    Tombam os vencidos
    Ouvem-se os gritos
    Na noite abafada
    Jazem nos fossos
    Vítimas dum credo
    E não se esgota
    O sangue da manada

    Se alguém se engana
    Com seu ar sisudo
    E lhe franqueia
    As portas á chegada
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    Eles comem tudo
    E não deixam nada"

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  3. Podiam os dois se juntar e ir para o Largo da Mó e cantarem, sempre faziam alguma coisa de útil e ganhavam uns tostões.E quem sabe mais tarde um ajustinho directo para animação de rua de Portimão?

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  4. Meus caros João e Ana,

    É só a ponta do iceberg. Era bom que o Dr. Carito, que, por mero acaso, é tão amigo da dita Sra. Cristina Arvelos, explicasse quais são os critérios para a adjudicação.

    Mas ajustes directos deste tipo é o que mais há por aí. Parece que o programa de fim de ano também vai ser assim: a empresa municipal Portimão Urbis contrata, por ajuste directo, o pacote de animação (Tony Carreira e quejandos) a uma qualquer empresa. Claro que os preços estão muito acima daqueles que a mesma empresa pagaria se contratasse directamente os artistas que vêm a Portimão.

    É assim que se delapida o dinheiro que o Estado vai esmifrando aos contribuintes...

    Um abraço

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  5. Caro João Caetano
    Eu nem questiono que a adjudicação directa seja uma forma de adjudicação legal e útil.
    Nem sequer é isso que está em causa.
    O que está em causa, é o facto de o uso e abuso deste método, suscitar sempre dúvidas de critério.
    E as dúvidas de critério suscitam sempre dúvidas de carácter.
    E o problema das dúvidas de carácter é que inquinam a discussão, não permitindo a discussão de opções de carácter político.

    E a mim, como munícipe, só me sentirei satisfeito quando ver que a discussão, está centrada nas diversas opções politicas disponíveis, para a resolução dos problemas que vivemos.

    Porque só ai, é que vou sentir que os vários responsáveis políticos estão verdadeiramente focados na obtenção de soluções.

    Agradeço a atenção.

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