Publica-se aqui um artigo, respeitante aos cortes de salários nas empresas municipais.
É um pouco grande.
Pus a bold as partes que têm a ver com Portimão.
E reproduzo-as lá em baixo.
Empresas municipais. Câmaras cortam 340 salários
As câmaras com empresas municipais cortaram salários a 340 colaboradores este ano ao abrigo do estipulado pelo Orçamento de Estado para 2011. Foram 38 as autarquias com este tipo de empresas que se viram obrigadas a reduzir salários acima de 1500 euros brutos, tendo conseguido uma redução de 9,18% nos custos anuais com estes empregados, cuja folha salarial passou de 10,32 milhões de euros para 9,37 milhões de euros - poupança de quase um milhão de euros.
No total, foram questionadas 255 câmaras municipais - todas do Continente - sobre que tipo de cortes realizaram nas suas empresas municipais ao abrigo do disposto no OE 2011. Deste total, responderam 181 autarquias, 111 das quais avançaram não ter empresas. Entre as restantes, 27 salientaram não praticar salários acima de 1500 euros brutos em qualquer empresa municipal, razão pela qual não foi feita qualquer redução nos vencimentos. Sobram 38 autarquias que detalharam os cortes e poupanças conseguidas e outras cinco que responderam ter procedido a cortes mas sem os quantificar - seja em valor ou em número de colaboradores atingidos. Todas as perguntas foram colocadas por deputados do CDS, na altura ainda na oposição. As respostas, essas, foram chegando individualmente entre Abril e Agosto deste ano.
No Orçamento do Estado para 2011 o governo de José Sócrates decretou a obrigatoriedade de reduzir os salários superiores a 1500 euros brutos também nas "empresas e entidades que integram o sector empresarial regional e municipal". A tabela passada para as autarquias foi em tudo semelhante à imposta à Função Pública: "3,5% sobre o valor total das remunerações superiores a 1500 euros e inferiores a 2000 euros; 3,5% sobre o valor de 2000 euros acrescido de 16 % sobre o valor da remuneração total que exceda os 2000; 10 % sobre o valor total das remunerações superiores a 4165 euros."
Segundo as várias folhas salariais consultadas, o salário médio dos 340 trabalhadores abrangidos pelos cortes rondava os 2168,9 euros mensais brutos no final de 2010. Um valor que após os cortes caiu para 1969,8 euros brutos, o que equivale a uma quebra mensal de 199,12 euros, ou menos 9,18%, para cada um dos visados.
Oito valem metade do corte. A lógica é simples: quem mais tem foi quem mais cortou. As contas feitas pelo i às respostas dadas pelas câmaras mostram que apesar de 38 câmaras terem avançado com cortes, bastaram oito - Portimão, Torres Vedras, Maia, Oeiras, Loures, Vila Real, Cantanhede e Guimarães - para que a poupança com salários chegasse logo a quase 500 mil euros.
Entre as que responderam, a câmara de Portimão foi aquela que maiores cortes realizou, superando os 162,2 mil euros num ano. Em apenas duas empresas esta autarquia reduziu 70 salários: 47 na Portimão Urbis, que permitiu "reduções nas remunerações mensais de 7863,27 euros" (167 euros por mês/trabalhador), e outras 23 remunerações na Empresa Municipal de Águas e Resíduos que "representou uma redução mensal de cerca de 3725,23 euros" (161 euros). Os valores apontam para um corte médio de 4,35% nos salários acima dos 1500 euros de ambas.
Seguem-se Torres Vedras e a câmara da Maia. Na primeira os custos com pessoal caíram 87 mil euros - muito graças ao fim das horas extraordinárias de 13 colaboradores - e na segunda a poupança gerada atingiu os 72,3 mil euros através de reduções nos salários de 30 pessoas - menos 172 euros por mês a cada.
Do lado oposto há casos como o da câmara de Lousada, Sever do Vouga ou Tabuaço onde os cortes salariais não permitiram sequer uma poupança anual superior a 800 euros - cada uma destas autarquias reviu o salário a um trabalhador, retirando-lhe perto de 55 euros/mês.
Só nove capitais responderam Setúbal, Leiria, Viseu, Viana do Castelo, Vila Real, Guarda, Évora, Bragança e Portalegre foram as únicas capitais de distrito que fizeram chegar o relatório dos cortes ao Parlamento, não havendo por isso dados para Lisboa, Porto, Aveiro, Braga, Santarém, Coimbra, Faro, Castelo Branco e Beja.
Entre as capitais que responderam, foi de Vila Real que vieram os maiores cortes: 27 trabalhadores passaram a levar para casa um total de menos 32,7 mil euros/ano. Segue-se Leiria (menos 11,1 mil euros/ano) e Évora (menos 10,8 mil euros) Já Setúbal e Viana do Castelo avançaram não ter empresas municipais, ao passo que Bragança e Portalegre salientaram não pagar salários acima de 1500 euros brutos nas suas empresas.
Fonte: Ionline
Link: http://www.ionline.pt/conteudo/148710-empresas-municipais-camaras-cortam-340-salarios-
Ora foquemo-nos nisto:
Oito valem metade do corte. A lógica é simples: quem mais tem foi quem mais cortou. As contas feitas pelo i às respostas dadas pelas câmaras mostram que apesar de 38 câmaras terem avançado com cortes, bastaram oito - Portimão, Torres Vedras, Maia, Oeiras, Loures, Vila Real, Cantanhede e Guimarães - para que a poupança com salários chegasse logo a quase 500 mil euros.
Entre as que responderam, a câmara de Portimão foi aquela que maiores cortes realizou, superando os 162,2 mil euros num ano. Em apenas duas empresas esta autarquia reduziu 70 salários: 47 na Portimão Urbis, que permitiu "reduções nas remunerações mensais de 7863,27 euros" (167 euros por mês/trabalhador), e outras 23 remunerações na Empresa Municipal de Águas e Resíduos que "representou uma redução mensal de cerca de 3725,23 euros" (161 euros). Os valores apontam para um corte médio de 4,35% nos salários acima dos 1500 euros de ambas.
Pelos vistos, Portimão era dos municípios que tinha empresas municipais com ordenados mais elevados.
Isto, tendo em conta a fonte e o método de avaliação deste facto, pelos cortes de salários.
Não sei porquê, mas não me custa muito a acreditar nisto.
Isto até vem do jornal i.
Que até era um jornal amigo...
Portanto...
Ali o utensílio de cozinha, que ali pus, é apenas para enfeitar.
Acho que fica giro.
Uma observação (de amigo!):
ResponderEliminarOs 23 ordenados que foram "cortados" na EMARP, resultam das 23 pessoas que em final de 2010 saíram do quadro da CMP (portanto, saíram da função pública) e ingressaram no quadro da EMARP.
No entanto, é preciso compreender que, o que ANTES a EMARP pagava, continuou a mesma EMARP pagar DEPOIS! (esses ordenados NÃO eram pagos pela CMP, pois todos os funcionários que executam funções na EMARP, recebem pela EMARP!)
O que temos é que existem funcionários com vinculo ao quadro da CMP (os que vieram dos extintos "Serviços Municipalizados de Portimão" e da "CMP" - serviços de limpeza urbana) e funcionários com vínculo ao quadro da EMARP (todos os que entraram depois da extinção dos "SMP").
Mas isso de forma alguma explica que os ordenados sejam elevados (nada disso! Os funcionários da EMARP recebem pelos mesmos indices da função publica!)
Aqui existe sem dúvida alguma uma boa forma de dar a volta aos jornalistas do jornal "i" que, na sua boa fé mais não podem do que acreditar no que lhes é informado pela CMP, mas na realidade nunca existiu nada que se possa assemelhar a 23 reduções de salários... (quem vê de fora, fica mesmo com uma ideia completamente invertida, certo?)
Já sobre a Portimão Urbis, quero crer que o princípio será o mesmo, mas ali só quem pode colocar as mãos no fogo sobre essas informações será certamente alguém ligado ao PS Portimão que é quem manda nesses terrenos arenosos...