Com mais de 20 anos de experiência a pilotar aeronaves, Custódio Murta, 68 anos, decidiu enfrentar chuva e nevoeiro na serra de Sintra, anteontem à tarde, e regressar mesmo assim ao Algarve aos comandos do seu ultraleve. Tinha participado num encontro aeronáutico no aeródromo da Tojeira, Sintra. O amigo Paulo Gonçalves, 41 anos, também piloto e que chegou ao evento numa outra aeronave, regressava à boleia de Custódio. Os dois morreram quando o ultraligeiro se despenhou contra a encosta do Cabeço da Pirolita, pouco mais de um quilómetro a sul do Cabo da Roca.
O aparelho desapareceu sem deixar rasto cerca das 16h30. Era esperado no aeródromo de Lagos (ver caixa). Só ontem de manhã, pelas 07h00, é que os cadáveres e o que restava do ultraleve foram localizados, por um avião da Força Aérea.
"Estava muito nevoeiro e não havia visibilidade. Falharam na segurança e ficaram desfeitos ao chocar contra a serra", referiu ao CM uma testemunha que assistiu à descolagem na Tojeira.
Custódio Murta, ex-emigrante na Venezuela, era dono de uma empresa de construção civil em Almancil. Tem duas filhas e um filho. Era apaixonado por motores e fazia corridas de automóveis. Chegou a Portugal e tirou o brevet para pilotar aeronaves. Já havia tido dois acidentes com ultraleves.
Paulo Gonçalves vivia em Portimão e trabalhou no aeródromo de Alvor como controlador de tráfego. "Morreu a fazer o que mais gostava: voar", afirmou, emocionado, um familiar da vítima.
Fonte: Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário