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terça-feira, 22 de março de 2011

O governo cai amanhã


PSD força queda do governo ao apresentar projecto de resolução

Líder parlamentar do PSD explicou as razões da resolução contra o PEC hoje entregue na Assembleia da República
A palavra "censura" não foi pronunciada, mas o PSD não esconde que ao apresentar um projecto de resolução contra o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) só há um resultado prático: a queda do governo.

Os sociais-democratas vão apresentar o projecto e defendem que o caminho a seguir são as eleições: "Este projecto destina-se a enunciar politicamente a nossa apreciação e a nossa apreciação é negativa. As consequências que daí podem advir foram tiradas pelo primeiro-ministro há dias", disse ontem o líder da bancada parlamentar do PSD, Miguel Macedo quando questionado se o projecto do PSD serve para derrubar o governo.
No entender do mesmo, "é por uma questão de interesse nacional que o PSD vai votar contra as alterações ao PEC", explicou hoje aos jornalistas o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo.

O social-democrata dividiu a questão em dois aspectos: "o interesse nacional e a mera sobrevivência política do governo". E, segundo afirmou, para o PSD o primeiro aspecto sobrepõe-se ao segundo. Miguel Macedo diz que só uma clarificação política cabal é que pode servir o interesse nacional, neste preciso momento político. Ou seja, "só um governo de maioria poderá repor a credibilidade nacional, depois de este governo ter negociado as alterações ao PEc sem dar contas ao parlamento e ao presidente da República". E explicou que "esta resolução do PSD destina-se a enunciar formalmente a nossa objecção ao novo PEC".

Quanto à questão da sobrevivência do actual governo, Macedo fez notar que "as várias declarações de membros do executivo são evidentes sinais de desespero". E concluiu dizendo que, "em Democracia não se pode ter medo de ouvir o povo".

Recorde-se que, o O PEC vai ser discutido esta quarta-feira e os quatro projectos de resolução, do PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda vão ser votados.

Depois de na segunda-feira o presidente do PSD ter admitido pela primeira vez que vai haver eleições, ontem, Miguel Macedo não deixa margem para dúvidas de que para os sociais-democratas o governo não passa de hoje: "Só tem medo da vontade do poder quem está agarrado ao poder." O que está em causa é o "interesse nacional" e não "a sobrevivência do governo".

O projecto do PSD só vai ser entregue no Parlamento durante a manhã . Primeiro foi o PCP e depois o Bloco de Esquerda que apresentaram nos textos políticas alternativas.

O projecto do PCP, o primeiro a dar entrada. logo o primeiro a ser votado, retirou à partida a possibilidade de ser aprovado pelas bancadas da direita parlamentar. No documento é defendida uma "política patriótica de esquerda" e é dito que "não há grande diferenças entre PS, PSD e CDS". Duas ideias que deitam por terra a possibilidade de aprovação por parte tanto do PSD como do CDS. Para que um projecto seja aprovado basta que os dois partidos da esquerda se abstenham e o PSD e CDS votem a favor. O que pode acontecer tanto com o documento dos sociais-democratas como dos centristas.
Já o projecto do Bloco de Esquerda, num texto mais resumido, apenas contém uma medida com a qual a direita não concorda: o fim das privatizações.

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