Algarve: isenções 'queimadas' junto com os pórticos
Incêndios e vandalismo nos pórticos terão provocado anomalias no registo das passagens e estão a fazer com que utentes percam algumas das isenções a que tinham direito na A22.
Supostamente teriam isenção para dez viagens, mas alguns dos automobilistas que utilizam a A22 (Via do Infante) descobriram que, afinal, não está a ser bem assim. E tudo, alegadamente, devido ao vandalismo que tem afetado alguns dos sistemas eletrónicos de cobrança de portagens.
De acordo com o jornal online "Sul Informação", os sistemas automáticos - pelo menos a Via Verde - registaram viagens a dobrar até que o funcionamento dos pórticos alvo de vandalismo foi reposto.
A questão é aparentemente simples de explicar: ao terem ficado temporariamente inativos, os pórticos não registavam as passagens dos veículos em tempo real, o que fez com que o sistema assumisse que, por exemplo, uma ligação sem paragens entre Lagoa e Faro não contasse como uma viagem, apenas, mas sim como duas.
Isto é, o sistema considerou que os veículos, por não passarem no pórtico de Boliqueime - um dos afetados pelos atos de vandalismo - teriam saído no acesso anterior e voltado a entrar no acesso imediatamente a seguir, contabilizando assim duas viagens em vez de uma só.
Desta forma, utentes que contataram já a Via Verde e a Via Livre, empresas responsáveis pela criação e gestão de sistemas de cobrança, chegaram a 'queimar' três das viagens isentas a que tinham direito, quando na prática só efetuaram uma deslocação.
Isto apesar de a empresa Estradas de Portugal ter garantido que a sabotagem "não afetava os utentes da Via do Infante", uma vez que os dados dos carros ficavam armazenados e depois, quando fossem repostas as ligações ao sistema central, esses dados seriam transmitidos.
Uma ou várias viagens?
O jornal cita o exemplo de uma viagem entre Lagoa e Faro, no dia 13 de dezembro (após o ataque no dia anterior ao pórtico situado perto do nó de Boliqueime), dia em que em vez de o sistema contabilizar apenas uma registou duas viagens: uma com entrada em Lagoa e saída na Guia, outra imediatamente a seguir, com entrada em Loulé e saída em Faro.
Nesse dia, os automobilistas com o mesmo tipo de sistema eletrónico que tenham efetuado viagens de ida e volta passando pelo pórtico afetado terão gasto o dobro das isenções, tal como aconteceu noutro caso, citado pelo jornal, em que quatro colegas que vivem em Portimão e trabalham em Faro utilizam rotativamente as viaturas de cada uma delas, para assim beneficiarem das isenções.
À proprietária de uma das viaturas, que a utilizou na semana entre 12 e 16 de dezembro, foram descontadas duas ou mesmo três isenções, como se tivesse entrado e saído por diversas vezes da Via do Infante. Resultado: só nessa semana, gastou €11,05 em portagens indevidamente cobradas.
Os casos só agora começam a ser notados, uma vez que muitos dos utentes aderiram à fatura eletrónica, o que implica algum retardamento na consulta dos dados de faturação. Até ao momento, a Via Verde forneceu apenas um email para as reclamações, tendo uma funcionária assumido que o problema terá de ser resolvido pela empresa Via Livre, gestora dos sistemas de cobrança eletrónica na A22.
Utentes sem resposta
O Expresso contactou a linha verde da empresa, que remete para uma empresa de comunicação em Lisboa, responsável pelos contactos com a imprensa. Contactada esta empresa, o assunto foi remetido para os escritórios do Porto, que ficou de contatar os responsáveis da Via Livre.
Até ao momento, ainda não foi possível obter resposta da empresa que criou e implementou os pórticos de cobrança nas ex-SCUT.
Segundo a Via Livre, os pórticos não obrigam à paragem nas portagens para pagamento manual e são sistemas "mais amigos do ambiente". São também mais económicos para as operadoras, porque não implicam a contratação de pessoal para as antigas cabines de portagem, nem a implementação de estruturas com cancelas ou sistemas como o da Via Verde, que permitem o pagamento na hora com moedas ou cartões.
Fonte: Expresso
QUE GRANDE TRETA ESSA DAS ISENÇÕES.
ResponderEliminarMAIS UMA DESTE GOVERNO.