Páginas do Portimão Sempre

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TURISMO E INOVAÇÃO - CIDADES TURÍSTICAS. Por Virgílio Machado.


O que é uma cidade turística? Na conferência intitulada “Inovar em Turismo pela Criatividade e Inovação” realizada no passado dia 7 de Outubro em Faro, o painel de peritos em Inovação de Serviços da Comunidade Europeia apontou o caminho.

É uma cidade onde os movimentos e concentrações de pessoas, consumos de energia, comunicação, saúde e índices ambientais são recolhidos por dispositivos de comunicação, micro- controladores e sensores integrados num sistema de observação, avaliação e controlo (domótica), tendo em vista o desenvolvimento de acções integradas em rede para alavancagem de eficiência ambiental, engenharia criativa da cidade e competitividade dos serviços com incremento na melhoria do índice de desenvolvimento da experiência urbana.

A “inteligência” da cidade assenta numa forte participação dos utentes no seu sistema de informação apoiada em tecnologias de transporte, comunicação, informatização que mapeiam o consumo dos serviços que oferece e que podem ser aplicados eficientemente no investimento em produção turística (ex: hotéis, transportes, informação turística).

A aplicação por smartphone num disco vermelho nas bicicletas do sistema Copenhagen Wheel na Dinamarca envia informações de deslocação, temperatura, humidade, ruído e poluição para uma base de dados em tempo real, fornecendo seguros e assistência ao utente que, enquanto turista, se sente participante activo num processo de sustentabilidade ambiental. Os projectos Green Watch em Paris ou o Live Singapore na Ásia têm a mesma estratégia.

Existe vantagem competitiva em cidades apoiadas em receitas do turismo que financiem tecnologia ambiental, de saúde e comunicações. E na formação dos recursos humanos orientada para a proximidade: na informação turística ou na recepção de um hotel tudo corre melhor quando as relações são seladas com um aperto de mão ou um sorriso.

Cidades turísticas são as que observam e catalisam os espaços como fonte de poder para pessoas e negócios. Fazendo interacção entre ruas históricas e bazares e unidades móveis de comércio. Entre deslocação ambiental nos meios urbanos como roteiro para negócios criativos. Entre habitação e hortas urbanas verticais. Integrando cidade formal arquitectónica com cidade informal simbólica dos ritos, práticas e tradições orais.

O consumo de massas em cidades turísticas (com milhões de dormidas) operado numa lógica de eficiência em rede por produtoras e distribuidoras de energia, tecnologia informática, de comunicações e saúde são o petróleo que o Turismo necessita para incrementar riqueza e exportação. O Governo deve apoiar. O Algarve agradece.

Virgílio Miguel Machado

Docente Universitário/Consultor

virgilio.machado@empreenderturismo.pt








Sem comentários:

Enviar um comentário