Páginas do Portimão Sempre

domingo, 11 de dezembro de 2011

Portimão Sempre Live. A minha visão do que aconteceu.


Venho hoje aqui partilhar convosco a minha visão, acerca do que aconteceu no primeiro Portimão Sempre Live.

Já foi dito que estiveram perto de 70 pessoas.
Já foi dito que encheu por completo o primeiro andar da Casa Inglesa.
Foi dito também que o nível das participações, tanto dos oradores como do público foi extremamente elevado.

O meu desejo, era contribuir para que fosse ali criado, um espaço de discussão e debate, que fosse verdadeiramente livre, aberto e não condicionável por nenhum tipo de agenda ou poder.

Penso que isso foi conseguido.

Senti da parte dos oradores e sobretudo da parte da audiência, uma vontade de falar e de partilhar que me deixou impressionado.

Sentiu-se ali um ambiente de descontracção, de informalidade e de à vontade que permitiu a que as intervenções feitas por todos, fossem repletas de entusiasmo e de generosidade.
De sinceridade.

Sabem, eu já fui a algumas tertúlias e debates, desde que foi criado esta iniciativa que é o Portimão Sempre.
E sempre vi que a audiência era constantemente pouca.
E que esta era relativamente pouco variada na participação.

Isso chegou a levar-me a pensar que a sociedade civil em Portimão, estava irremediavelmente adormecida.

Eu estava enganado.
Os cidadãos que lá estiveram no Portimão Sempre Live - Urbanismo, mostraram-me que existe uma sociedade civil em Portimão.
Ainda em estado latente… Mas existe.


Da minha parte, fico imensamente satisfeito com isso.

Transcrevo aqui, algumas afirmações que lá foram ditas:
(as fotos não coincidem necessariamente com as afirmações).


“O urbanismo é uma arte de criar espaços de bem-estar para as populações.”

“O ordenamento do território e o urbanismo foi ignorado na constituição até 1997.
Até aí, não havia enquadramento legal.”
"De lá para cá, criaram-se um grande conjunto de entidades que regulam o urbanismo. Existe assim uma grande descoordenação entre elas.”



“O urbanismo é um acto pluridisciplinar, tratado como se fosse apenas um acto de urbanização.”

“Portimão, como o Algarve inteiro, não entra em nada que tenha a ver com urbanismo. Pura e simplesmente não houve”.

“Os políticos ignoram as necessidades dos deficientes. Até na organização deste debate se ignoram, pois estamos num primeiro andar.”

“O que se fez, foi apenas valorização fundiária. Especulação urbanística, em que até as autarquias funcionaram como cúmplices dessa especulação. Então a de Portimão foi campeã nisso.”

“O falhanço do urbanismo no Algarve e em Portimão, foi reflexo dos maus políticos que temos tido. Tudo gira à volta disto.”

“Portimão descaracterizou-se. Perdeu a sua identidade.”



“Os grandes planos que existem, masterplans e afins, pecam pela irrazoabilidade e pela inadaptação face às necessidades e aos problemas que vivemos.”

“Os planos deveriam de ser feitos no local, sem qualquer tipo de intervenção central.”

“A arquitectura, enquanto instrumento concretizador urbanístico, será uma arte que deverá saber interpretar a verdade da terra.”

“Os edifícios não são utopias.”

“7% é a média dos edifícios reabilitados em Portugal. 50% é a média europeia dos edifícios reabilitados.”

“O nosso modelo de desenvolvimento turístico foi gravemente limitado, pelo péssimo urbanismo que tivemos.”

“O comércio ressente-se severamente.”


E muito mais foi dito.

Agradeço a todos os que lá estiveram.
Bem hajam.

João Pires






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