Páginas do Portimão Sempre

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

É POSSIVEL RESTAURAR OS MERCADOS AGRICOLAS E DE PEIXE LOCAIS. Por José Gamboa (Horta de São Bruno).


Quando um português viaja ao estrangeiro vemos realidades diferentes. E vemos que alguma informação veiculada pelos nossos politicos nacionais / locais e até nós próprios não corresponde à verdade. Vários exemplo de frases falsas:

PRIMEIRA FRASE FALSA - a laranja algarvia é a melhor do mundo. Se eu nunca comi uma laranja da Sicilia, sem poder comparar posso dizer isso. A laranja algarvia é das melhores do mundo, e até pode ser a melhor do mundo, mas a da Sicília e do Sul de Itália não lhe fica atrás.

SEGUNDA FRASE FALSA - os estrangeiros vêm residir para Portugal porque cá o custo de vida é inferior ao do estrangeiro. É verdade, se estivermos a falar dum país nórdico, mas já não é verdade se estivermos a falar da Alemanha ou Austria, onde é muito caro por exemplo a pastelaria, mas o custo de vida do dia a dia é em média muito semelhante ao nosso. Os estrangeiros vêm por outros motivos.

TERCEIRA FRASE FALSA - que é uma frase que já se ouviu mais no passado do que agora - isto é um atraso de vida, não é como lá fora..... como se lá fora fosse o paraíso. «Vamos acabar como os mercados tradicionais de rua de frutas e legumes porque não são coisas de países evoluidos».

Vou para o assunto da promoção do comércio - Portimão, Faro (que deve ser o expoente máximo do ridiculo) , e muitoooosss outros concelhos, construiram mercados novos, bonitos... mas..... muitoooo pequeninoooosssss, tipo casa de bonecas. Ao mesmo tempo que os espaços públicos de venda dos micro produtores eram reduzidos, os hipermercados apareciam cada vez mais com áreas maiores.... hipermercados, como é do conhecimento público não praticam comércio justo no preço de compra ao produtor, só trabalham com grandes produtores.... ou seja o Estado Português/Câmaras pela restrição ao comércio dos micro-produtores (minifundio, que é o caracteriza, a propriedade pelo nosso país), em nome de um país evoluído deram um golpe fatal nos micro-produtores, que por serem pequenos não têm acessos a subsídios à produção (nem precisam pela dimensão, alguns nem querem para não ficarem ligados a obrigações).

O problema não foi apenas Portimão. Portimão é apenas um capitulo de uma grande livro chamado Portugal, onde uma ideologia nacional que teve efeitos devastadores no comércio da produção nacional micro. VIAJANDO PELO ESTRANGEIRO pelos países que devem ter servido de modelo ao "país desenvolvido", a Alemanha, a Austria, a Itália (estes eu já viejei por eles várias vezes), vemos um dinamismo económico que nós não temos - não há campos agricolas abandonados (pelo menos não estão visiveis - a aproximação dos aviões a alguns aeroportos, como o de Roma dá-nos uma visão extensa das imensa (minifundio) propriedade agrícola que circunda Roma - Lácio. E depois nas suas cidades vemos mercados de venda agricola grandes e variados. De todos o que mais me impressionou pela dimensão, foi em Viena de Austria. E nas viagens vemos que o conceito entre os portugueses de país evoluido (muitos hipermercados, traballhadores de serviços, etc) não corresponde à verdade dos países do centro da Europa.

Os países do centro da Europa souberam conservar as suas tradições, souberam cuidar dos seus microprodutores, e naturalmente com a destruição da produção do Sul da Europa criaram mercado para os seus grandes produtores. Ganharam duas vezes, com a sua protecção ao minifundio, e com o novo riquismo bacoco dos países do Sul da Europa. CENTROS COMERCIAIS SEM HIPERMERCADOS - os primeiros centros comerciais em Portugal não tinham supermercados. Qual foi o seu destino? O encerramento e abandono.

Todos os centros comerciais têm supermercados, porque esse é que tem um movimento constante, na área da alimentação. Tudo o resto é acessório. Quando em Portugal, o Estado e as Câmaras, numa esperteza saloia, deram um golpe na área alimentar (Portimão, Faro, etc etc etc) porque era sinal de país desenvolvido não ter mercados, transformaram as cidades num centro comercial sem supermercado.... e o destino, sabe-se qual é. Revitalizar o centro de Portimão com um insectarium... não tem mal nenhum a construção duma coisa destas, mas será isso que ia atrair movimento à cidade? O que trás movimento á cidade é a comida. A comida, se for produzida localmente gera riqueza, atrai pessoas.... e receitas.

É POSSIVEL RESTAURAR OS MERCADOS agricolas e de peixe tal como EXISTIU em PORTIMÂO e como existe nos países evoluidos? É. Nem é preciso dinheiro da Câmara. Bastavam regras uniformes das bancas a serem suportadas por cada participante produtor, sem taxas a cobrar aos produtores ou com taxas proporcionais às vendas e nunca de taxas fixas. Não era preciso mais nada. É possível reconstruir Portugal com poucos meios. Basta o Estado /Câmaras facilitarem o comércio, que os privados tratam do resto. É esse o papel do Estado de facilitador e não de dificultador.

José Gamboa (Horta de São Bruno)

2 comentários:

  1. hahahahahaha!!!!!Só mesmo para rir,a conversa da treta!

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  2. Penso que José Gamboa tem razão em parte do que diz, mas quanto a mim, o problema do centro das cidades está na degradação dos edifícios. Experimente contar, só na baixa de Portimão, a quantidade incrível de prédios arruinados. As pessoas que aí residiam foram viver para os arredores.Se calhar vivem mais pessoas no Parchal do que em área idêntica de Portimão.... e isto, infelizmente, passa-se em todo o país! Enquanto esta situação persistir será muito difícil o progresso. Joaquim Brito.

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