Páginas do Portimão Sempre

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

TRÂNSITO EM PORTIMÃO – PARTE II. MEDIDAS PROPOSTAS PARA O CENTRO DA CIDADE. Capitulo 1

Na sequência da apresentação da primeira parte do artigo “Trânsito em Portimão – Parte I”, apresentado em Outubro de 2011, em que foram pensadas e sistematizadas algumas questões de fundo que na minha opinião deveriam merecer reflexão das entidades responsáveis pela gestão do Trânsito na nossa cidade, nomeadamente :


1. Supressão de zonas de elevada sinistralidade (pontos negros rodoviários) através de pequenas intervenções de reduzido custo
2. Simplificação viária via eliminação semafórica e/ou alteração de sentidos de circulação
3. Sinalização Vertical de Orientação
4. Medidas estruturais de ordenamento viário, através de investimentos de maior custo econónimo
5. Implementação de um Plano Municipal de Segurança Rodoviária


Venho agora propôr uma reflexão relativamente a algumas medidas especiíficas ao ordenamento de trânsito no centro da cidade, que, não pretendendo poder resolver em definitivo alguns dos constrangimentos que todos sentimos no dia a dia, penso poderem servir de base de trabalho para uma plataforma de discussão que se pretende dinâmica e envolvente não só aos orgãos decisores mas a toda a comunidade portimonense.


Para além destas situações, e numa segunda parte desta apresentação, pretendo ainda chamar a atenção para a necessidade de com urgência serem resolvidas algumas situações que para lá da questão da sua eficácia, podem colocar em risco a segurança e os bens dos utentes das vias do Concelho.

CAPÍTULO 1 – PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO


Irei neste capítulo desenvolver, justificar e esquematizar 4 possíveis intervenções pontuais no ordenamento do trânsito no centro da cidade que, como anteriormente referdio, poderão, em meu entender, sanear não só a conflitualidade existente nalgumas zonas como (e não menos importante) tornar mais fácil o acesso ao centro da cidade evitando o palmilhar de ruas e ruelas com todas as consequências que daí advêm.


SITUAÇÃO 1 – ENTRADA NASCENTE DA CIDADE


Esta situação já havia sido abordada na primeira parte da minha apresentação, e tem na minha opinião, uma importância fulcral. A entrada nascente da cidade, via Ponte Velha (ou via Circular Nascente de Portimão a construir) tem que permitir o acesso direto ao Largo 1.º de Maio através da Rua Júdice Biker, invertendo o atual sentido de circulação nesta via.


A atual situação, exigindo para quem vem da Ponte Velha o atravessamento do Largo 1.º de Dezembro e como consequêcia percorrer toda a Rua Direita, ainda que tendo melhorado a anterior organização (que exigia a subida da Rua Sta Isabel) não permite um acesso direto ao Largo 1.º de Maio e consequentemente a toda a zona Poente da cidade, incluido à zona da Praia da Rocha.


A questão que se coloca e que poderá exigir um maior investimento financeiro, trata-se de definir a viabilidade da via em sentido oposto, isto é, a saída da cidade desde o Largo do Dique até à Praça Visconde Bívar.


Duas opções em meu entender podem ser desenvolvidas :
- uma via de nível a “atravessar “ a Praça Manuel Teixeira Gomes, com todas as questões que se poderiam colocar seja pela necessidade de desviar alguma estrutura existente (lago, casa de gelados, coreto) seja pelo impacto em termos de segurança e visual que tal via poderia provocar.
- uma via enterrada, com uma extensão de aproxiomadamente 110 m, entre o extremo nascente do Largo do Dique e o extremo Poente da Praça Visconde Bívar.
Apesar dos custos inerentes a esta segunda opção, este seria um investimento com garantido retorno e que de uma vez resolveria eficazmente este problema.

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SITUAÇÃO 2 – AVENIDA SÃO JOÃO DE DEUS


Recentes alterações na organização do trânsito em redor desta Avenida não conseguiram ainda, em meu entender, resolver de uma vez a principal questão que se deve colocar, que consiste em transformar esta avenida numa verdadeira “radial”, isto é, trazer de uma modo direto e eficaz o tráfego da “circular” V6 para o centro da cidade / zona de comércio tradicional / Alameda da República.


A proposta que apresento passa por introduzir 2 sentidos de circulação entre a Rua Eng. Amaro da Costa (em frente ao Mercado Municipal) e a Rua Mouzinho de Albuquerque, prevendo igualmente uma rotunda entre estas vias – Avenida São João de Deus Mouzinho de Albuquerque.
Esta proposta, ainda que reduzindo o numero de lugares de estacionamento na Avenida São João de Deus e obrigar a trabalhos de reformulação no estacionamento em espinha existente em frente à antiga localização do mercado (porque não organizar a bolsa de estacionamento existente a Sul daquela avenida (nas traseiras da Farmácia) poderá revolucionar a entrada na cidade nesta zona, e conjuntamente com medidas a impôr na Alameda/Praça da República (de que falarei na situação 3) trazer finalmente o visitante de uma modo simples ao verdadeiro “centro de comércio” da cidade.


A introdução de uma rotunda entre a Avenida São João de Deus e a Rua Mouzinho de Albuquerque (ainda que eventualmente à custa de alguma ocopação de zona pedonal onde existe atualmente um quiosque) para lá de simplificar e organizar toda a circulação, retira os semáforos existentes e visa tornar fluídos os movimentos de tráfego no local.


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SITUAÇÃO 3 – ALAMEDA / PRAÇA DA REPÚBLICA


No meu entendimento, a atual organização de trânsito em redor da Alameda da República não consegue resolver qualquer das questões que deveriam ser o objetivo daquele local – o seu disfrute pela população e uma porta franca para a zona de comércio tradicional.

Assim, penso que poderiam ser adotadas as seguintes medidas (conjuntamente com as medidas anteriormente preconizadas para a Avenida São João de Deus) :
- limitar o tráfego automóvel em redor da Alameda e da Sé de Portimão apenas para cargas e descargas e em horários pré-definidos
- alterar o tarifário do Parque de Estacionamento Subterrâneo, tornando-o efetivamente no lugar de eleição para estacionamento do visitante, com custos acessíveis e suportáveis pela generalidade da população – esta situação poderia eventualmente aumentar a receita do Parque.

Do mesmo modo, esta proposta vinha de encontro ao preconizado no MasterPlan em relação à zona envolvente à Sé de Portimão, transformando toda essa zona numa praça para usufruto dos visitantes desta estrutura e da população em geral. O tráfego automóvel ficaria pois limitado às ruas traseiras á Sé, nomeadamente as Ruas da Igreja, e Ruas dos Bispos Dom Castelo Branco e Dom Francisco Coutinho.


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SITUAÇÃO 4 – LARGO GIL EANES / PASSAGEM DE NÍVEL CAMINHO DE FERRO – LINHA DO ALGARVE

A atual organização da circulação automóvel nesta zona da cidade enferma em meu entender, de diversas questões mal resolvidas e que urge resolver, na medida em que os constrangimentos nela originados se propagam a diversas outras zonas adjacentes e para além disso têm originado frequentes incidentes e acidentes e consequente sinistralidade.

Em caso de implementação da proposta que sugiro, julgo reunirem-se as condições para, através de uma única intervenção ficarem resolvidas a grande maioria das dificuldades hoje encontradas, passandopor :
- eliminar a (espécie de) rotunda materializada através de perfis “New-Jersey” - solução encontrada e que vai contra todas as recomendações normativas em termos de segurança de circulação em rotundas
- eliminar a passagem de nível ao Caminho de Ferro – Linha do Algarve – (cujo desnivelamento tendo em consideração existir numa zona de grande movimento e junto ao maior Centro Comercial do Barlavento do Algarve deveria ter sido exigido ao promotor do mesmo) que para além de constituir além do facto de ser caso quase insólito em cidades da dimensão de Portimão, e do perigo que gera, provoca constrangimentos ao tráfego local cuja influência se estende para além do Túnel das Cardosas, principal entrada Norte da cidade !

A solução proposta passa pois pelo desnivelamento da Passagem de Nível, pela introdução de uma rotunda junto ao Posto dos CTT e pela eliminação da tal “rotunda” existente, proibindo as viragens à esquerda, obrigando as entradas na mão e inversão na rotunda mais próxima.

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Ricardo Palet de Almeida, Eng. Civil IST
ricardo.palet@gmail.com
Fevereiro de 2012

1 comentário:

  1. Portimão é e será sempre uma desgraça a nivel de trãnsito

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